Capítulo 14

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Amelie sentou no meio de Carlos e Lando no voo – como sempre. O comandante da aeronave passava as últimas instruções em português antes da decolagem. Carlos e Lando mexiam no celular enquanto podiam. Amelie se inclinou para frente para encarar Frances que também encarava a tela do celular.

A garota estava tensa, mas não era por estar em um veículo com mais de trezentas pessoas que sai do chão a centenas de quilômetros por hora e a milhares de metros do chão. Estava tensa porque ouviu sua conversa sobre ele com Carlos e foi atrás dela em seu quarto de hotel depois de conversarem.

- É agora. - Carlos encostou sua cabeça na poltrona e esperou o avião decolar para relaxar.

- Você está em um dos esportes mais perigosos do mundo em um carro que vai a trezentos quilômetros por hora e tem medo de voar... Eu não entendo.

- Primeiro, pilotamos carros de Fórmula 1 e não fazemos freestyle com motocross – o sotaque espanhol de Carlos parecia mais forte quando ele estava nervoso – Segundo, somos só nós e um carro que pesa mil quilos e não toneladas com centenas de pessoas dentro. Então, se não entendia, agora você entende.

Amelie riu e olhou para Lando.

- Ele tem razão...

Lando revirou os olhos.

- Fala isso só porque ele ficou em terceiro lugar na corrida.

Carlos beliscou o braço de Lando.

- E você ficou com inveja.

Lando negou com a cabeça, irritado e colocou seu fone de ouvido. Amelie conseguiu ouvir as batidas da música eletrônica.

- Ele vai ficar surdo assim... - Amelie murmurou para Carlos.

- Deixe ficar. - o espanhol deu de ombros – Você começou a falar no aeroporto que Lando fez o que mesmo?

Carlos se inclinou para frente em seu assento para encarar o outro piloto que estava com os enormes fones cobrindo as orelhas e os olhos fechados.

- Lando foi até meu quarto, deviam ser quase uma da manhã...

- Bem, não foi tão tarde. Saímos do restaurante deviam ser meia-noite – Carlos ficou próximo Amelie, a garota sentiu seu hálito de menta.

- Continue.

- Ele bateu à minha porta...

Lando apareceu à porta de Amelie no quarto 703 às uma e dez da manhã. Amelie estava tirando sua maquiagem em frente ao espelho do banheiro, mas ainda vestia seu vestido que colocara para o jantar em comemoração ao pódio de Carlos.

A garota sentiu frio na barriga quando ouviu as duas batidas tímidas à sua porta, era tarde. Pensou que era Frances, que geralmente dividia o quarto com ela, mas a equipe conseguiu muitos quartos no hotel. Amelie abriu a porta e deparou com os olhos azuis de Lando e seu cabelo encaracolado. Ele estava tão bonito, suas bochechas estavam ruborizadas.

- O que você está...

- Desde quando?

Amelie ficou em silêncio encarando Lando.

- Desde quando tem sentimentos por mim? Por que não me falou sobre eles? Acha mesmo que eu a trato mal...

- Ei! Espere um pouco, está me bombardeando de perguntas, parece que virou um jornalista.

- Responda uma delas então, só uma.

Lando encarou Amelie. Suas bochechas ficaram mais vermelhas do que antes.

- Eu... Eu...

Amelie foi interrompida por Lando com um beijo. A garota arregalou os seus olhos antes de fechá-los e sentir suas pernas amolecerem. Lando passou uma de suas mãos por sua cintura e a puxou para mais perto, sua língua invadiu a boca de Amelie. As borboletas no estômago da garota estavam em êxtase, faziam cócegas e voavam como loucas.

- E depois? - Carlos tentou manter o seu tom de voz baixo. Suas sobrancelhas estavam erguidas e seus olhos arregalados.

- Ele me desejou boa noite e foi embora. Hoje de manhã agiu como se nada tivesse acontecido, agiu tão naturalmente...

- Meu Deus... Eu estou um pouco chocado, mas Isa... Isa falou para mim, tinha certeza de que alguma coisa ia acontecer entre vocês dois.

- O que você disse a Isa?

- Algumas coisas. Não, na verdade eu contei tudo. - Carlos deu de ombros e soltou o cinto – Ela é minha namorada e também gosta muito de você.

Amelie sorriu.

- Eu gosto muito dela também. - Amelie também soltou seu cinto.

- Mas o que você disse, sobre hoje de manhã. Você e Lando ficaram a sós?

A garota negou com a cabeça.

- Acho que isso confirma o que você disse ontem para mim, ele só demonstra alguma coisa por você quando estão a sós. Quando as pessoas estão em volta...

- Ele finge que eu não existo.

Carlos abriu a boca para responder, mas não sabia o que falar. Amelie encostou sua cabeça no ombro do amigo.

- Eu queria não gostar dele...

- Não diga isso. Ele gosta de você, só deve ter medo ou sei lá. Vocês são jovens...

Amelie se afastou e encarou Carlos.

- Isa tem muita sorte por ter um psicanalista idoso como namorado.

Carlos riu.

- Encosta essa cabeça aí e não abre mais a boca, parlachín.

𝐷𝑟𝑒𝑎𝑚 𝑡𝑜 𝑆𝑢𝑟𝑣𝑖𝑣𝑒 1 - Em busca de um sonho | Lando NorrisWhere stories live. Discover now