Capítulo 31

58 11 3
                                    

No final das contas Caio foi expulso da escola, e eu acabei fazendo companhia para o Fred na enfermaria.

Eu me sentia culpada por ter provocado tudo aquilo, se não fosse a minha ideia idiota, isso não teria acontecido.

Inteligência passou longe dessa vez.

Eu sou tão estúpida.

Ficamos em silêncio por um bom tempo. Eu tentando adivinhar a todo custo o que ele estava pensando e ele estranhamente perdido em seu subconsciente.

—– Obrigado por me defender  — Quebrei o silêncio com um sorrisinho pra amenizar a sua raiva.

Ele permaneceu calado, e eu entendi que ele não estava muito afim de conversar, e com razão, o que eu fiz foi imperdoável, eu não fazia ideia que a minha brincadeira resultaria em briga, e por pouco não resultou em tragédia.


Então suspirei profundamente e me levantei, mas ele agarrou subitamente o meu braço me surpreendendo com a sua atitude.

Virei o rosto e olhei no fundo dos seus olhos.

—– Fica — Ele suspirou

Senti uma certa carência em suas palavras, era como se ele dissesse.

"Fica, eu preciso de você"

O verde do seu olhar estava coberto por uma grande mancha roxa, e seu rosto levemente machucado.


A última coisa que eu queria era machucá-lo, eu só queria dar uma lição de moral nele para ele perceber que o que ele fez comigo foi muito cruel e me  magoou muito.


Abri um sorriso feliz por ele ainda querer minha companhia depois de tudo que fiz, e voltei a me sentar do seu lado.

Me senti à vontade para acariciar suas madeixas loiras que eram lisas e brilhantes, e ele sem aviso prévio deitou a cabeça no meu colo se rendendo inconscientemente ao meu  toque.

Só o fato de está ali com ele já era gratificante.

—– Você é um estúpido, eu daria conta daquela briga sozinha —  Brinquei.

—– É, eu sei que daria — Ele riu.

Dei risada.

Era óbvio que se não fosse ele pra me socorrer, eu estaria no IML agora.

E não foi por falta de aviso.

Ele se levantou de repente e olhou no fundo dos meus olhos.

—– Não aguentei vê ele te insultando daquela maneira.

—– Mesmo assim, você não tinha que ter provocado ele, o cara acabou contigo — Falei segurando a risada.

—– E daí, eu não ligo, você está aqui comigo e não com ele, então eu já ganhei essa briga.

As palavras de Fred soaram como música para os meu ouvidos, e eu sorri estupidamente.

Acho que é a partir daí que tudo começa mudar.

Em seguida ele pegou a minha mão e encarou novamente os meus olhos, dessa vez com convicção.

—– Eu teria apanhado quantas vezes fosse necessário para proteger você — Confessou com convicção.

Sorri em meio as lágrimas de emoção, eu estava tão feliz só de saber que ele se importa comigo de verdade.

DesilusãoWhere stories live. Discover now