Sentença

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Sunghoon estava necessitado.

Absurdamente necessitado.

Nunca tinha sentido nada assim antes, mas bem ali junto do garoto que fazia questão de o perseguir em seus próprios pensamentos, nunca iria poder negar tal sensação.

Pensou em parar com aquilo, uma, duas, cem milhões de vezes. Era errado, estava brigando com seu eu interno para não se deixa levar pelos desejos de seu corpo. Estava uma confusão e mesmo assim, parte de si não queria parar.

Seus toques eram precisos porém bruscos, sua respiração se encontrava completamente desregulada enquanto recebia mais daquilo. Instintivamente, soltava pequenos gemidos baixos e morreu de vergonha por isso, ao contrário de Heeseung, que ao ouvir suas pequenas aprovações não tardou em o provocar mais ainda.

Desde cedo, costumava ter alertas sobre coisas que envolvessem desejos de seu corpo. Até então, nunca tinha pensado muito sobre isso mesmo que na grande parte do tempo tenha se encontrado rodeado de curiosidade sobre como seria quando encontrasse alguém especial. Tinha em mente que o carinho deveria ser o principal fundamento nessa situação. Entretanto, naquele momento junto de Heeseung, aquilo era a última coisa que poderia sentir.

Era intenso, rápido, desejoso. Era tudo o que era abominável, e se sentia mal em admitir que essa forma parecia ser a melhor de todas.

Depois de unir forças para parar com tudo o que estava acontecendo contra a sua própria vontade, se afastou devagar, segurando o ombro do garoto à sua frente em um pedido silêncioso para que parasse. Estava confuso. Heeseung não demorou muito para entender o que estava acontecendo, e mesmo assim não queria se afastar. Tinha demorado para conseguir aquilo, e não iria deixar a oportunidade passar, até mesmo chegou a perder a conta de quantas vezes imaginou tocando aquela pele, marcando-a de todas as formas possíveis... Era tentador, Sunghoon tinha uma áurea diferente do que todos os outros, e isso o deixava louco e curioso para descobrir até onde poderia levá-lo.

Portanto, não queria forçá-lo a nada. Heeseung poderia ser tudo, mas não faria o que tanto já fizeram consigo antes. Nunca sentiria prazer em algo que era apenas para um lado, por isso se afastou do menor.

Sunghoon estava totalmente envergonhado e sem jeito, o seu maior desejo era fugir dali e se esconder em algum lugar, mas estavam presos. Não teria escapatória. Não queria olhar para o mais velho depois de terem tido aquele contato mais intimo. Olhou para a saída suspirando pesadamente, aonde havia se metido e quando as coisas saíram do controle dessa forma?

Heeseung se sentou ao seu lado, encostado em uma das prateleiras. Ele parecia pensativo sobre algo, seus fios estavam fora do lugar e Sunghoon percebeu que ele ficava tão bem assim. Ambos se encararam por um momento, ele desejou tanto que aquilo se repetisse e sim, aquilo não poderia acontecer. Os flashback da conversa com seus pais sobre ser um caminho perdido ainda faziam questão de percorrerem sua mente. Queria sair dali, queria voltar a ser quem era mesmo que nunca tivesse mudado, mas para isso precisaria de uma cura, que a cada dia, minuto, segundo que se passavam parecia cada vez mais distante de conseguir.

⸺ Você foi o primeiro a me dar um fora, sabia? ⸺ Heeseung disse insólito fazendo o mais novo rir.

⸺ Desculpe...

⸺ Não precisa dizer isso, não gosto quando as pessoas se forçam a algo. É sua vida, afinal. ⸺ Reparou quando este tirou um cigarro de seu bolso, junto de um isqueiro acendendo-o em seguida.

Sabia que aquilo era proibido, mas não disse nada. Heeseung não parecia com alguém que se importava com as regras, e isso era óbvio.

Ele era a pura personificação do errôneo, do falso, do imperfeito.

𝐅𝐀𝐋𝐋𝐈𝐍𝐆 𝐃𝐎𝐖𝐍 | heehoonWhere stories live. Discover now