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O refeitório do campus ficava a dois quilômetros da cafeteria. Lucas e Fabi correram até lá, mas quando chegaram deram de cara com a porta trancada por um cadeado.

-E agora, gênia? Tem alguma ideia de como vamos entrar? –perguntou Lucas, ainda ofegante da corrida.

-Agora é contigo! –respondeu Fabi, agachada com as mãos no joelho, se esforçando para pegar ar.

-Maravilha! A gênia tem suas ideias malucas e eu que me vire para executá-las. –protestou Lucas, com o fôlego já quase recuperado.

-Você não sabe arrombar cadeados? –questionou Fabi, ainda com a respiração acelerada.

-E porque você acha que eu saberia? –retrucou Lucas, franzindo o cenho.

-A última frase da charada. "Seu parceiro é a chave para a conclusão desse enredo."

-Eu sou a chave para abrir o cadeado, é isso?

-Olha só! –debochou Fabi, com uma risadinha irônica. -E não é que o galãzinho tem cérebro?

-Sinto te informar, mas eu não sou uma chave humana. –disse Lucas, dando de ombros.

-Não é né! Acho que eu vou escrever uma história de super-herói inspirada em você!

-Oba! E qual super-herói eu seria? –perguntou Lucas, entusiasmado.

-O Homem-Topeira. –e soltou uma sonora gargalhada.

-Olha aqui garota, você já ta... –retrucou Lucas, mas não conseguiu completar a frase.

-Shhhhh! –fez o mesmo gesto de antes, pedindo silêncio.

-Já é a segunda vez hoje que você... –foi interrompido novamente.

-Escuta! –ordenou Fabi apontando para o alto. Foi só então que Lucas ouviu ruídos vindos do telhado do refeitório. Os dois se entreolharam em silêncio.

-Tá ouvindo? –sussurrou Fabi.

-Parece que são passos! –respondeu Lucas, no mesmo tom de voz.

-Parece não! São passos! Tem alguém no telhado! –afirmou Fabi, com tanta certeza que imediatamente convenceu Lucas.

-Você acha que é ela?

-Acho que não! Tá faltando alguma peça nesse quebra-cabeça. –refletiu Fabi, com a mão no queixo.

-Se não for ela, só pode ser um ladrão!

Fabi pensou alguns segundos em silêncio e logo abriu um discreto sorriso de canto de boca.

-Que foi? Outra ideia brilhante? –provocou Lucas, franzindo o cenho.

-"Seu parceiro é a chave para a conclusão desse enredo." –repetiu para sí mesma. -A chave não é você, Lucas. –concluiu Fabi com brilho nos olhos. –É ele! –completou, apontando para o telhado.

-Como assim? Ele não é seu parceiro.

-"Tudo o que você precisa fazer é terminar sua história".-repetiu de novo para sí. -Lembra como se chama a história que eu estava escrevendo?

-A donzela e o malfeitor. –respondeu Lucas, sem entender onde ela queria chegar.

-O malfeitor é ele. O ladrão. –explicou Fabi, deixando Lucas boquiaberto com tamanha esperteza.

-Ok, e qual é a minha função nessa trama? –perguntou, finalmente aceitando o comando de Fabi.

-Você é o mocinho que vai subir no telhado para capturar o malfeitor.

-Entendi! Você é o cérebro, ele é a chave e eu sou o músculo.

-Sim! Você é o fortinho paspalhão! –debochou Fabi, sem conter o riso.

-Olha aqui "gêninha", essa história de paspalhão já tá...

-Corre Lucas! –ordenou Fabi, com firmeza.

Era só o que me faltava! Uma nova chefa! Ai que saudade do Senhor Takeshi! –pensou Lucas, enquanto escalava a parede por uma escada de ferro que levava ao telhado. 

Os Sentinelas do LeãoNơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ