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A porta da frente do casarão estava aberta, como se alguém já os aguardasse. Marcela entrou sem fazer cerimônia. Fabi, Lucas e João ainda se entreolharam por um instante antes de segui-la. Silenciosamente imaginaram que ela devia saber o que estava fazendo.

No espaçoso salão de entrada, havia apenas uma estátua em tamanho real de um leão com a boca aberta, como se estivesse rosnando para os visitantes. E ao canto, uma escada de mármore por onde subiram até o segundo andar.

-Você confia nela? –cochichou Lucas para Fabi, enquanto subiam as escadas.

-Não sei. –respondeu Fabi, falando baixo.

-E se ela for alguma espécie de bruxa e estiver levando a gente para morrer num caldeirão? –insistiu Lucas.

-Eu não sou nenhuma bruxa. –respondeu Marcela tranquilamente, fazendo Lucas engolir seco.

Chegaram a um extenso corredor com uma única porta de madeira ao final. Marcela abriu a porta e os quatro entraram num grande salão oval.

Embora o espaço fosse amplo, havia apenas uma mesa redonda, também de mármore, no centro e quatro cadeiras em volta. Sobre a mesa, um enorme e imponente lustre de cristal. Já as janelas, seguiam o estilo gótico.

Marcela puxou uma das cadeiras, sentou diante de uma caixa de som presa no meio da parede que ficava do lado oposto a porta de entrada do salão e fez um gesto para que os outros três também se sentassem. Mesmo desconfiados, todos obedeceram.

-Ok. Já que você nos trouxe até uma sala de reuniões, eu imagino que tenha algo de muito importante para nos revelar. Pode começar explicando que espécie de magia negra é essa que você usou pra transformar um terreno abandonado num casarão encantado. – disse Lucas.

-Não fui eu que fiz aquilo. –afirmou Marcela.

-Ah não? Então quem foi? O mágico trambiqueiro aqui do meu lado? –provocou Lucas.

-Eu nem queria estar aqui, pra começo de conversa. –disse João, já levantando a voz.

-Pois eu é que não tenho certeza. Será que isso tudo não faz parte de mais um golpe do ilustre caçula abandonado da família ilusionista?

-Pode me acusar do que quiser, mas não fala da minha família. –ordenou João, se segurando na cadeira para não avançar contra Lucas.

-Ei, dá pros dois valentões se comportarem? –gritou Fabi, tentando botar ordem na casa. Mas já era tarde. A confusão estava formada. Deu-se início um bate boca entre os quatro ao redor da mesa, só interrompido quando uma voz grave e imponente saiu pela caixa de som, ocupando todo o espaço:

-QUEM VOCÊS PENSAM QUE SÃO PARA PROFANAR A MINHA CASA COM SUAS BRIGAS MESQUINHAS? –perguntou a voz, em um tom ameaçador que fez os quatro saltarem da cadeira. -É brincadeira! –completou em um tom mais ameno, gargalhando de forma debochada. Estava claramente se divertindo com o susto do grupo. –Essa cara que vocês estão fazendo agora! Parece até que estão vendo um fantasma! –e continuou gargalhando.

-Que piada é essa? –perguntou Lucas, que não demorou a reconhecer aquela voz. Era a mesma da gravação que os levou até ali. –A gente veio até aqui pra servir de chacota pra um cara que se esconde atrás de uma caixa de som?

-Eu conheço esse truque. –disse João. –Nos nossos shows, a gente sempre usava uma voz onipresente pra envolver o público.

-Eu sei o que você está pensando, João. Que eu posso estar por trás do desaparecimento da sua família. Tudo o que posso dizer é que essa sua busca não vai te levar a lugar nenhum. -afirmou a voz, com tranquilidade. -Olhe ao seu redor. Esta é a sua nova família.

Naabot mo na ang dulo ng mga na-publish na parte.

⏰ Huling update: Feb 03, 2022 ⏰

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