Capítulo 11

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Maria Carmichael.

Tivemos um dia tranquilo de aula, um dia normal. Tirando que eu e Stiles não vimos Scott e Allison o dia inteiro. Descobri com a ruiva que hoje é o aniversário da Argent, isso explicou o motivo dos dois matarem aula. O problema é que anoiteceu, Melissa já está em reunião enquanto eu fiquei no carro esperando pacientemente.

O estacionamento na frente do edifício estava cheio. De longe pude ver o carro do xerife Noah. Isso me lembra que Stiles está puto da vida por Scott ignorar o vídeo que ele enviou, era um pequeno corte de Lydia na frente da locadora. O alfa correndo ao quebrar em estilhaços a vidraçaria do edifício.

O vídeo não podia ser visto por todos assim, acabaria revelando o segredo de Beacon Hills. Scott e Derek estão trabalhando juntos para pegá-lo, não sei se fico feliz ou aterrorizada. Derek sendo paciente com um adolescente é algo inédito.

Parei de batucar os dedos ao notar todos os pais saindo, desci do carro me enrolando no casaco grosso. Melissa quase disparava fogo contra o aparelho celular.

─ Maria, onde o Scott se meteu? ─ Ela perguntou ainda focada em ligar pra ele. ─ E não diga que não sabe, a professora disse que ele não apareceu na escola hoje.

─ Quer a verdade? ─ Exitei mordendo o lábio inferior.

─ Toda a verdade.

─ Ele foi dar um aniversário perfeito para Allison. ─ Me aproximei entrelaçando nossos braços. Melissa estreitou os olhos desconfiada. ─ Sabe, ele gosta muito dela, matar aula não foi tão difícil quando queria fazer a garota feliz no dia especial dela.

─ Ele não pode perder conteúdo assim. ─ Ela suspirou enervada. ─ As notas dele caíram muito.

─ É, mas não é nada que não possa se resolver. ─ Afirmei tranquilamente. ─ Juro que vou enfiar um livro no cérebro dele.

─ Ele precisa aprender a ter mais responsabilidade com os estudos.

Se eu não abrir mais a boca, Scott com certeza vai se ferrar.

─ Ah qual é Melissa. ─ Continuei insistindo. ─ Você nunca gostou de algum garoto no ensino médio? Essa é a fase da paixão juvenil, nós fazemos loucuras, erramos e acertamos.

─ Isso é tudo para eu não colocar ele de castigo? ─ Ela se afastou cruzando os braços. ─ Você seria uma boa vendedora.

Continuei falando com ela sobre adolescentes, puberdade e amor. Cheguei até a citar Romeu e Julieta com o amor proibido. Apesa de odiar a história. Ela escutou tudo atentamente segurando a risada. Pelo menos tirei a carranca brava.

─ Você é a mãe de Scott McCall? ─ Chris Argent se aproximou seriamente ao lado da esposa.

─ Sim, Melissa McCall.

─ Pois bem, devo informar que seu filho influenciou a minha filha a matar aula? ─ Ele acusou com o costumeiro olhar de pai chateado.

─ E porque não o contrário? ─ Melissa rebateu.

─ Allison nunca fez algo assim em todos esses anos escolares, mas parece que bastou conhecer seu filho para tudo sair do eixo.

Cruzei os braços no meio deles, assistindo de primeira mão a discussão. Mordi a ponta do polegar intercalando o olhar entre eles. A coisa vai ficar feia se o casal maravilha demorar mais.

─ Meu filho não é nenhum rebelde, sua filha já é bem grandinha para saber tomar decisões por si só.

─ Decisões influenciadas por Scott. ─ Chris Argent não estava satisfeito.

Vi o carro da Allison estacionar, o casal se aproximou com o olhar de culpa no cartório. Fiz gestos de estrangulamento e apontei para Chris e Melissa.

─ Oi... Papai. ─ Allison sorriu.

─ A gravidade do seu castigo depende da desculpa que vai me dar. ─ Ele segurou a mão dela a puxando. ─ Comece a pensar!

Quando eles se afastaram o bastante, Melissa cruzou os braços lançando seu olhar repreensivo para o filho.

─ Mãe, eu posso explicar.

─ Não precisa, Maria já explicou. ─ Ela disse visivelmente curiosa. ─ Você está apaixonado e acha que ela é a futura mãe dos seus filhos?

Scott abriu a boca estagnando e me encarou indignado. Dei de ombros e fiquei admirando os carros incríveis no estacionamento.

─ Eu estou apaixonado. ─ Ele assumiu.

Agradeça por ela esquecer do castigo.

─ Não está pensando em me dar netos agora, não é? ─ Melissa estreitou os olhos.

─ Allison é precavida. ─ Comentei puxando o ziper do casaco. ─ Pra quê comprar, não é? O negócio é roubar da tia, pra ficar mais emocionante.

─ O que? ─ Melissa não entendeu.

─ Maria... ─ Scott resmungou puxando meu braço. ─ Não escute ela, mãe. Você vem comigo.

Ele me levou para longe e me encarou indignado.

─ Mãe dos meus filhos? Sério?

─ Isso é pra você aprender e planejar melhor da próxima vez que for matar aula. ─ Dei um tapa na mão dele que segurava meu braço. ─ Ela achou que eu te ajudei, no final acabei ajudando de verdade! Tive que contar a história de Romeu e Julieta! Romeu e JULIETA!

─ É um romance.

─ Romance? Você chama aquilo de romance? ─ Neguei com a cabeça desacreditada. ─ Enfim, de nada.

─ Obrigado por fazer minha mãe pensar que eu vou ter um filho com dezesseis anos? ─ Ele perguntou.

─ Que tal: obrigado por limpar minha barra e fazer minha mãe pensar que eu fiz tudo por amor. ─ Retruquei fazendo ele rir colocando a mão no rosto. ─ Você não vai ganhar castigo, seu ingrato.

─ Você é maluquinha às vezes.

De repente, as pessoas começaram a correr entre os carros. Gritando como se visse o bicho papão. Scott me colocou atrás dele ao ouvirmos um rosnado.

─ O que é isso? ─ Perguntei nervosa.

─ Eu não sei, vai ficar com a mamãe.

Ele se esgueirou por entre os carros e eu corri em busca de Melissa. A vi ao lado do xerife Noah no chão. Antes que eu chegasse próxima um tiro de pistola ecoou. A arma de Chris Argent fumassava enquanto ele olhava algo no chão. As pessoas amontoadas ao redor me deram espaço para correr até os dois adultos no chão.

─ Vocês estão bem? ─ Ajudei os dois a levantar.

─ Tudo bem, Maria. ─ Noah assentiu atento a comoção das pessoas. ─ Mas o que é isso...

A BRUXA SURPRESA | ᵈᵉʳᵉᵏ ʰᵃˡᵉOù les histoires vivent. Découvrez maintenant