Capítulo 27

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Maria Carmichael.

Jantei com vontade, devorando as torradas e os ovos mexidos que preparei. Voltei a usar minhas camisas de super-heróis, dessa vez com saia tubinho e salto anabela. Não abandonei minha fita amarela, resolvi fazer um penteado alto, amarrando-a bem no centro, deixando a faixa amostra entre os cachos brilhantes.

Saí trancando tudo e montei na moto, já pondo o capacete. Resmunguei sentindo meu cabelo bagunçar, não adianta tentar colocá-lo em ordem. Girei a chave na ignição ligando o moto e passei direto pela casa de Scott. Tinhamos nos falado ontem, parece que o danado dormiu escondido na casa da Allison.

Scott não tem amor à vida terrena, ninguém me fará mudar de ideia. Ele não pode ver uma situação perigosa que quer entrar no meio. Nunca confiaria dormir embaixo do mesmo teto que os caçadores, sendo um lobisomem. Pior ainda... No quarto da garota que é filha do líder deles. É muito amor.

Estacionei em uma vaga, guardando o capacete no suporte. Avistei os dois conversando no batente da entrada, Stiles gesticulava de forma exagerada. Me aproximei pegando uma parte da conversa, sendo abraçada de lado pelo lobisomem.

— Eu nunca comeria isso! — Scott negou.

— Quando se trata de lobisomens, você é o autocontrole em pessoa. Na verdade você é perfeito pra isso, cara. É só lembrar o que você passou. — Stiles estalou os dedos, sorrindo pela sua ideia genial.

— Como assim?

— O que você pensava na hora da transformação? — Stiles fez a pergunta de milhões que metade do planeta sabe a resposta. Suprimindo a risada, esperei ele terminar. — O que te atraía?

— Eu respondo; Allison! — Rolei os olhos zombando brincalhona. — Sério, Ponta! Você ainda pergunta nessa altura do campeonato?

— Nem sei porque ainda tento...

— Eu vou entrar, vejo vocês no intervalo, perdedores. — Pisquei dando um tapinha no ombro deles.

Empurrei as portas duplas, indo pelo corredor infestado de alunos recém chegados. Conversei com Allison encostada no armário, ela está muito mal pela morte da tia, apesar de seu medo ser mais relacionado a chegada do avô na cidade. Me despedi dela quando o sinal tocou.

Procurei o celular na bolsa caminhando em direção a sala, distraída esbarrei no ombro de um garoto derrubando seus materiais. Ele bufou se inclinando para recolher. Reparei em sua feição pálida doente, ajudando-o com as canetas.

— Me desculpe. — Murmurei envergonhada.

— Tudo bem, eu nem vi você andando também. — Ele me encarou, seus olhos azuis esbanjavam cautela para cada movimento meu.

— Ainda não nos conhecemos, eu sou Maria Carmichael. — Estendi a mão ficando de pé, ele aceitou no mesmo instante, aéreo em meu rosto.

— Obrigado, eu sou Isaac, Isaac Lahey. — Sacudiu minha mão abrindo um pequeno sorriso. — Estou indo para turma de química... Infelizmente tenho uma grande dificuldade nessa matéria. ― Puxou assunto.

Entrelacei seu braço no meu, o guiando com rapidez. Afinal, estamos atrasados e eu aposto que teremos teste surpresa. O professor não sabe enrolar os alunos, ele passou o mês passado inteiro nos importunando para estudar o mesmo assunto.

A BRUXA SURPRESA | ᵈᵉʳᵉᵏ ʰᵃˡᵉOnde as histórias ganham vida. Descobre agora