Boas-Vindas a Princesa

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No caminho para o aeroporto, Lynae ficou admirando as casas com os telhados cheios de neve, as ruas congeladas, o céu nublado, as pessoas usando casacos pesados, acenando para o carro real.

Demorou cerca de vinte minutos para chegarem até o aeroporto, que estava repleto de pessoas chacoalhando bandeirinhas azuis escuras com o brasão dourado de Snöland – um escudo com espadas cruzadas no centro com um S na frente, dois leões coroados estavam um de cada lado do escudo e havia outra coroa acima dele –, outras pessoas seguravam cartazes com o nome de Lynae e várias garotinhas usavam coroas na cabeça.

– Que é isso? – Lynae perguntou, espantada.

Seu pai sorriu pra ela.

– Estão celebrando a sua ida a Grã-Francia. Você é a chance deles de uma vida melhor.

Lynae não era fã de chamar atenção. Poderia ser uma princesa, mas não era muito alvo da mídia e jamais foi alvo da afeição ou aversão do povo, porque ninguém a conhecia, talvez soubessem da sua existência, mas ela não era ninguém tão importante. Mas agora, vendo essas pessoas a saudando, ficou feliz em ser notada.

Assim que saiu do carro, Lynae foi recebida com aplausos. Ela corou diante do carinho, sorriu para as pessoas e acenou, o que fez a multidão ficar mais alegre.

Enquanto andava pelo corredor formado pelas pessoas barradas por guardas e grades metálicas. Lynae apertava a mão de algumas das pessoas que as estendia para ela. Um garotinho chegou até a beijar o dorso de sua mão e a chamou de "milady", fora encantador.

Quando chegou no avião particular da realeza, seu coração estava mais leve e seu ânimo renovado. Porém, ao entrar no avião e ver o rei e a rainha de Snöland, sua animação caiu por terra.

Seu pai, sua mãe e Katie fizeram uma reverência para eles, seguidas por um sonoro "Majestades", mas Lynae permaneceu parada por um tempo, antes de fazer o mesmo.

Mesmo sendo seu tio, Lynae não o suportava. Markus Heikki, o rei, era um homem egoísta e arrogante que certamente não pensava em seu país acima de tudo, mas sim em si mesmo, o que certamente não era a postura que um verdadeiro rei assumiria.

Desde que Lynae fora prometida a Ryland, Markus tinha dado atenção especial a sua sobrinha, mas isso nem de longe fora algo bom para Lynae. Ele a tratava como um objeto valioso de troca, como algo que deve ser polido para impressionar o príncipe com a beleza. Pior ainda, Markus gostava de reafirmar que Lynae deveria ser uma boa esposa para Ryland, submissa e obediente, tudo pelo bem do país, como se fosse dever dela garantir isso e não do rei.


– Ryland, acorde! – Mitchell empurrou as cortinas para o lado, deixando a luz da manhã banhar a cama do príncipe regente.

A luz do sol atingiu as pálpebras do príncipe de forma dolorosa. Ele se revirou na cama resmungando e puxou o cobertor acima de sua cabeça tornando a ficar na escuridão.

– Vamos, Ry – Mitchell chacoalhou o ombro do irmão com determinação. – Hoje é um dia especial.

– Deixa eu dormir, estou cansado. – resmungou Ryland – Me deixa em paz.

– Tem que acordar. Vamos ter uma festa no almoço.

Ryland tirou a coberta de seu rosto e encarou seu irmão com desconfiança, os olhos semicerrados.

– Festa? Pra que?

– Você fez dezoito anos há quatro meses já.

– E...?

– A princesa Lynae vai chegar hoje para ser apresentada a você. Hum... de novo. – Mitchell falou cautelosamente como se estivesse diante de um animal selvagem e perigoso.

A Rainha da NeveWhere stories live. Discover now