O Príncipe Indigno

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 – COMO DIABOS SE PERDE UM AVIÃO! – vociferou Emilie pra cima de Sophie, que encolheu seus ombros e cruzou os braços com mais força – E POR QUE RAIOS VOCÊ CONTOU A RYLAND ANTES DE CONTAR A MIM?

Sophie olhou para Ryland em busca de algum apoio, mas o príncipe sabia que eventualmente sobraria pra ele, então decidiu ficar quieto.

– Eu sinto muito, Majestade. É que como a senhora encarregou o príncipe Ryland de lidar com as relações achei que eu deveria relatar...

– Ah, Ryland – Emilie rangeu os dentes e se voltou para seu filho, que até então, estava de braços cruzados, encostado a mesa e olhando para o chão. Agora, ele encarava sua mãe pronto para a surra. – Você não cansa de tanta incompetência? Não consegue nem enviar a droga de uma carga a um país sem perder dois aviões.

Aquilo doeu, mas não mais do que ele já esperava.

Se fosse em outro tempo Ryland se defenderia, porém, depois da última briga que teve com ela, de Emilie tê-lo chamado pelo nome de seu pai, ele não sabia mais como reagir.

– Saia daqui antes que eu te demita, Sophie. – disse Emilie friamente, calma.

A secretária saiu as pressas da sala e quase esbarrou em Mitchell que estava entrando.

– Ah, finalmente, alguém competente de verdade – falou Emilie com um sorriso feroz em seu rosto enquanto olhava pra Mitchell.

Os olhos verdes brilhantes de Mitch se voltaram para Ryland. Ele estava com aquela expressão de ternura em seu rosto, como se pudesse abraçar Ryland com os olhos.

– Mitch, eu mandei a Sophie embora, mas preciso dos relatórios de todos os envolvidos no despacho da carga, na decolagem do avião, a torre de comando, todo mundo. Também quero que a polícia investigue, quero os melhores detetives nesse caso. Quero isso pra ontem. – mandou Emilie, olhando séria para Mitchell – Ah e eu preciso que diga a ela e todos os envolvidos que isso é totalmente sigiloso, se alguma coisa vazar a pessoa que contou o segredo nunca mais vai arranjar um emprego nesse país. Ninguém pode saber que perdemos dois aviões, entendeu?

Mitchell assentiu, deu meia volta e saiu da sala sem dizer uma palavra.

– E você – Emilie fixou seus olhos de ave de rapina no príncipe regente, o que fez Ryland enrijecer. – Você vai para o Alto da Francia, para o aeroporto de exportação e vai acompanhar de perto as investigações, vai resolver isso porque se não, os snöleses vão ficar nervosos e eu não preciso disso.

Ryland tinha vindo até a sala de sua mãe falar sobre a carta do general snölês e encontrara Sophie conversando com ela. Agora a carta parecia pesar uma tonelada em seu bolso.

Ele a tirou lentamente do bolso interno de seu paletó e esticou o braço para entrega-la a sua mãe.

Emilie se aproximou com o rosto contorcido de raiva e praticamente arrancou a carta de sua mão. Ela a abriu e leu, seus olhos se moviam de um lado a outro enquanto ela lia e seu rosto se deformava cada vez mais.

– Ryland, você sabe o que é isso...

– Eu sei. Você tinha razão, eu ferrei tudo. O que é que eu faço em relação a isso?

Sua mãe o olhou espantada e sua expressão enraivecida foi se dissipando.

– Instrua sua esposa a dizer a esse general que está tudo bem, que a aliança está ótima e que o que você disse não muda nada. Tenta não irrita-la mais ainda e faça com que ela amanse o exercido nórdico. E não conte nada sobre os aviões.

– O que? – Ryland franziu o cenho – Eu tenho que mentir pra ela...

– É, Ryland, minta. Você viu o que acontece – Ela balançou a carta na frente do rosto dele – quando conta a verdade.

A Rainha da NeveWhere stories live. Discover now