Fingir Para Conquistar

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Ryland já estava acordado há vinte horas seguidas e tentava ler o relatório do Duque Niklaus, governante do território suíço, no leste da Grã-Francia.

Ele pedia verba para pagar funcionários de uma indústria farmacêutica governamental, porque a economia na região estava fraca, após a perda de toda uma safra de grãos, que precisou ser reposta. A verba para a alimentação tinha sido desviada a partir do salário dos funcionários da maior indústria do Estado.

Desde que completara dezoito anos, sua mãe lhe dera certa liberdade para tomar decisões sem que ela precisasse revisa-las. É claro que, muitas vezes suas decisões vieram seguidas de um ataque de nervos da rainha Emilie, que não concordava com Ryland em praticamente nada. Era uma grande responsabilidade, mas apenas uma amostra de como seria ser rei.

– Mandou me chamar, Alteza? – A Secretaria de Relações tinha acabado de entrar na sala de Ryland e pareceu surpresa ao olhar pra ele. – Há quanto tempo está acordado, senhor?

– Sim, mandei te chamar. – Ele ignorou a segunda pergunta dela e pegou uma pasta azul, que estava em cima de sua mesa, e a entregou a Sophie, que a pegou em seguida. – Quero que envie o conteúdo da pasta para a Duquesa Leonor. Peça pra que ela desvie parte da verba do estado em que ela governa para o território suíço. Dê a ela um prazo de três dias.

– E se ela não tiver dinheiro para desviar? – questionou Sophie, pressionando a pasta contra seu peito.

– Então peça pra ela me mandar um relatório detalhado caso não possa. Mas eu acho muito difícil, o sul do país é o mais rico de todos.

– Alteza?

– Sim?

– Acho que deveria dormir.

– Sim, eu também acho.

Ryland se levantou da cadeira e apertou o botão na tela de seu computador que o desligava, e saiu de sua sala.

Andou aproximadamente quinze passos, até que alguém o chamasse novamente. Era Eloisa, a organizadora das festas do castelo. Mas Ryland não conseguiu pensar em qualquer assunto que fosse que ela teria pra conversar com ele, já que normalmente o príncipe não opinava sobre nenhuma festa. Nem mesmo seu aniversário.

– Alteza, preciso que você decida qual das suas coroas você vai usar para o seu casamento para que eu possa manda-la para polimento.

– Minhas... Eu tenho mais de uma? – Ryland franziu o cenho, chocado.

– Sim, senhor. Tem a de ouro dourado com diamantes nas pontas, aquela com os rubis...

– Ah, eu... – O príncipe tentou se concentrar em alguma coroa especifica, mas fato era que não conseguia pensar em nenhuma delas especificamente, principalmente quando estava com sono. – Pode ser aquela com... rubis...

Eloisa fez um som com os lábios que não podia ser bom.

– Acho que a de rubis não vai combinar com a tiara da princesa Lynae...

– Olha, Eloisa, eu francamente não me importo. Pode ser qualquer coroa que você escolher. É que eu estou muito...

– Certo. Que dia é melhor para o ensaio, senhor?

Ryland nunca sentiu tanta vontade de mandar alguém a merda como naquele momento. Claro que Eloisa só estava fazendo o trabalho dela, mas Ryland estava no limite do cansaço e, nesse momento, não estava muito apto a educação.

– Ensaio pra que?

– Ora, Alteza, para o casamento. – ela disse dando um risinho em seguida.

O príncipe sequer sabia que era necessário um ensaio para o casamento. Estava aprendendo muito com essa conversa.

A Rainha da NeveWaar verhalen tot leven komen. Ontdek het nu