O Futuro Rei de Snöland

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Quando Lynae entrou no Palácio, quase teve vontade de chorar. Parecia uma real visão do paraíso.

O lugar todo parecia ter acabamento dourado, as janelas eram enormes, o chão era liso e polido. No teto se prendiam gigantescos candelabros de cristais, parecia até mesmo que estava chovendo diamantes dentro do palácio. Também havia pinturas no teto de anjos majestosos, querubins gorduchos, pessoas pairando sobre nuvens e homens em guerra.

Lá fora, quando o carro passou pelos portões altos de ferro do Palácio de Lys, Lynae pôde vislumbrar através do vidro os jardins ornamentais do lugar, parecia até que um artista tinha pintado o jardim com grama muito verde, flores bem cuidadas e fontes detalhadas em mármore e bronze.

– Lindo, né? – disse Ryland, analisando a expressão maravilhada de Lynae.

– Parece até um sonho. – Ela sorriu para ele, esquecendo-se por um instante de que ainda estava nervosa.

– Lyn! – Katie veio correndo pelo amplo corredor para abraça-la com força.

Lynae sequer sabia que ela já estava ali, mas ficou feliz ainda assim.

Ela viu seus pais se aproximando, a frente deles, correndo, vinham Louise e Edward II, que se agarraram a perna do irmão. Seguindo eles, estavam Mitchell, Steven e Oliver, que estava entretido com um vídeo game portátil, como de costume.

Katie se afastou da irmã, ainda com um sorriso no rosto.

– Tem uma surpresa pra você.

Lynae franziu o cenho.

– Surpresa?

– Suponho que isso seja um exagero. – Ela ouviu a voz, mas não acreditou inicialmente, até vê-lo.

Vindo logo atrás de Harold e Elin, estava Lars, seu primo. Um homem muito alto, de ombros e peito largo, parecendo uma muralha impenetrável. Ele tinha a mandíbula larga coberta por uma camada rala de pelos faciais claros. Lars tinha cabelos loiros lisos penteados pra trás; acima deles estava uma coroa de ouro branco com safiras incrustadas em sua base e nas pontas, o que o fazia parecer mais alto e mais imponente. Seus olhos eram escuros e penetrantes, como os de seu pai, Markus.

Ele estava exatamente igual ao que Lynae se lembrava. Já fazia dois anos que não o via.

Lynae ignorou totalmente o decoro. Ergueu sua saia e começou a correr na direção de seu primo, que já abria os braços, então, ela se atirou contra ele, agarrando seu pescoço e sentindo os braços fortes dele a envolverem.

– Que saudade de você, minha lindinha. – Ele acariciou os cabelos dela que estavam parcialmente presos em uma trança escama-de-peixe. Ouvi-lo chama-la de "minha lindinha" só fez com que Lynae o abraçasse ainda mais forte.

Lars beijou a cabeça dela, antes de solta-la.

Lynae tinha ficado realmente feliz em ver seu primo, o príncipe Lars, tanto que tinha praticamente se jogado em cima dele. Mas Lars não pareceu ligar, na verdade, retribuiu o abraço dela na mesma hora.

Não era exatamente como uma princesa deveria tratar o príncipe regente, sendo primos ou não.

Aquilo incomodou Ryland. O jeito como Lynae sorriu quando viu o príncipe Lars, como correu até ele e o abraçou, como se sua vida dependesse disso. Não deveria ter se incomodado, eles eram primos, afinal. Mas Ryland imaginou que estivesse com inveja, porque Lars tinha o lado amável de Lynae e ele não.

Ele estava a caminho do escritório de sua mãe, logo atrás dela. Assim que entrou, fechou a porta.


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