• Capítulo 17 •

2.3K 179 664
                                    

Trysney | 2023

Rick tinha dado uma bola fora imensa, a falta de comunicação faz um estrago hoje em dia. Isso servia para várias coisas.

Começando por Carol, que foi embora na tarde daquele domingo, esperando que seus irmãos estivessem prontos para sumir de Trysney. Não foi isso que Thor a contou quando a foi buscar na casa de Maria.

— Vamos embora outro dia, te conto no carro — foram exatamente essas palavras.

Natasha ouviu claramente cada sílaba, digerindo o que podia ter acontecido. Mas ela guardou a curiosidade pra si e se despediu das amigas, desejando boa viagem à Carol, de todo jeito.

Ela ligou de video para a filha e o sorriso da pequena confortou um lugar inquieto em seu coração. Yelena falou um pouco sobre como estavam indo e da estadia aconchegante. A lembrou mais uma vez sobre o problema que ela estava empurrando com a barriga, mas no fim, colocou o tom de voz preocupado e pediu para Nat se cuidar. Para pasta de amendoim se cuidar.

E ela respondeu que ela era o menos relevante desde que a filha estivesse sendo bem cuidada. Que a creme de morango se cuidasse também.

Como nada é perfeito, no fim da tarde seu melhor amigo a ligou. Natasha revirou os olhos para aquela burrice imensa e xingou Rick pela falta de atenção.

— Rennit disse que ele ligou ontem, vá ver o que aconteceu — o médico veterinário citou.

— A chefe sou eu, poderia te mandar lá agora e acabar com sua transa — ela avisou afiada — Mas só vou descontar do seu salário mesmo.

— O quê? Não...

A chamada foi encerrada por Natasha. Ela segurou firme na maleta com o kit veterinário e vestiu o jaleco branco. Era só uma vistoria.

Repetindo pra si mesma que era necessário fazer aquilo para se livrar logo, olhando para o número no elevador subindo e puxando o ar e soltando antes de bater na porta. Natasha deu as batidas.

— Senhor Rogers? É da clínica veterinária! — optando por falar formalmente.

Demorou questão de minutos para ela ouvir uma voz rouca do outro lado responder:

— Entre — ele pensou muito se queria atender a mulher em sua porta. A conclusão: claro que queria.

E Natasha entrou. Ela avistou um Steve de regata branca sentado na cadeira de frente para um notebook aberto. Tinha garrafas de bebida espalhadas pelo balcão da cozinha e um chips aberto e comido pela metade.

Os latidos dos cachorrinhos a chamaram, ela foi em direção às duas bolinhas de pelo, mais saudáveis do que da última vez que tinha os visto.

— Natalia — ele disse, tirando os olhos do computador e os pondo em Natasha.

— Não... — ela se preparou para reclamar. A fala morreu no topo de sua garganta quando se aproximou mais do homem e o olhou nos olhos — Steve.

— Eu mesmo — Rogers riu sozinho — Vai voltar a me deixar te chamar de Natalia?

— Não — resposta na lata. Ele estava bêbado, as pupilas contraídas revelaram tudo — Steve...

— Então não me chame de senhor Rogers, é chato — ele emburrou a cara e relaxou — Me chame de capitão, igual aos velhos tempos.

— Não estamos nos velhos tempos mais — Natasha resmungou, se sentando no chão para analisar os animais — Você está bêbado, nem sei porque tento discutir.

— Não estou bêbado, estou feliz — os olhos estavam brilhando, é verdade — Escrevi quase metade da porra do meu livro!

— Você é escritor, esse não é o seu trabalho? — perguntou contraditória.

Sua filha, Sarah | RomanogersWhere stories live. Discover now