• Capítulo 44 •

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Trysney | 2023

Seu mundo estava desmoronando, essa era a única resposta capaz de explicar como que em questão de segundos tudo virou desespero. Num tempo ela estava prestes a ir para cama e se deixar levar pelas declarações de Steve e no outro estava o empurrando da frente da escada para poder sair correndo.

Natasha agradeceu ao erro de deixar as armas da noite passada no carro, facilitando que não precisasse abrir cada esconderijo que escondia elas. E enquanto abria a porta de seu escritório com força e pegava o celular com contatos especiais, arranjava uma forma de entender como conseguiram passar pelo radar de Yelena.

Sua irmã jamais deixaria de perceber um perigo iminente, ela mesma havia dito que tinham mais alguns meses para enrolar. O planejamento foi por água abaixo, fazendo Natasha agir do jeito que sempre agia. Impulsão.

O único pensamento que rondava sua cabeça era achar a filha e atirar em todos que tocassem nela. Porque, se Thor e a família de Steve estivessem envolvidos naquela história, ela não teria dó ou hesitação em jogar todos na mesma vala. 

Thor. Ele que buscou Sarah. Ele seria o primeiro a morrer se não encontrasse Sarah.

Ela contraiu os lábios quando sentiu o peito másculo de Steve trombar com ela perto das prateleiras. Ainda havia isso. O que diria a Steve caso tivesse que dar um fim nisso?

— Natasha, fale comigo. O que está acontecendo? — ele sacudiu os ombros dela, querendo explicações.

— Steve, eu preciso que você saia da minha frente ou eu vou te empurrar da janela! — não era a resposta da pergunta, mas já era alguma reação sem ser gritos e resmungos em russo.

— E eu preciso que você me conte o que está acontecendo, caralho! — se Steve falasse palavrão, as coisas estavam extrapolando. Natasha ficou tensa com a possibilidade de Steve ter um ataque de ansiedade.

— Sarah precisa de mim! — resumiu rudemente, discando o número de Sif. O telefone chamava e caia na caixa postal — Porra.

— Sarah está em perigo? — perguntou alarmante. Ela guardou as palavras para si, não queria responder e provocar mais uma pessoa entrando em colapso.

Steve não saiu da cola de Natasha, nem quando ela levantou a camiseta e abaixou as calças para colocar uma roupa nova. Regata preta e legging com um tecido semelhante ao couro. A mulher soltou o rabo de cavalo e enlaçou os cabelos numa trança prática.

Ele observou a movimentação, a velocidade como Natasha colocava as botas e as faíscas invisíveis da mente dela formulando alguma ideia maluca. Se estivesse em outra situação, Steve teria ficado animadinho só de a ver trocando de roupa. Quem dera não sentisse suas entranhas revirarem de preocupação. 

No momento, só podia engolir tudo com olhos arregalados. Ela notou que cada segundo passando deixava ele ainda mais aterrorizado e se inclinou para o lado, abrindo uma gaveta da parte de cima do seu closet. Natasha respirou fundo, sem jeito, mas entregou a caixa na mão de Steve.

— Fique com isso, é seu. 

— O que é? — ele tentou enxergar pela aberturinha na tampa da caixa, sem sucesso.

— Não sei o que vai acontecer nas próximas horas, então é melhor entregar — desviou, sentindo a ansiedade vir à tona.

— Como assim? — Steve carregou a caixa enquanto descia as escadas atrás de Natasha, conseguindo pegar o ritmo dela — Parou de falar, de novo?

— E o que você quer que eu diga, Steve? — depois de sair de casa e quase o trancar dentro, ela estava a ponto de jogar as chaves na cara dele.

— A verdade! Eu sempre quis a verdade! 

Sua filha, Sarah | RomanogersWhere stories live. Discover now