• Capítulo 27 •

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Trysney | 2023

Como eles tinham terminado dormindo um em cima do outro? Ela não sabia.

Mas provavelmente quando o filme tinha encerrado e Steve tinha capotado pelo álcool do vinho no sangue. Podia ter sido logo após o corpo de Natasha descansar do orgasmo e render-se ao relaxamento. Ou eles podiam simplesmente fechado os olhos depois de ficarem se encarando por minutos. Todas as opções eram válidas.

Para começar, parecia estar de madrugada e seu cérebro calculou mais de vinte e quatro horas sem tomar banho. Depois, Natasha teve que se esforçar para sair do aperto de Steve sem o acordar, já que os dois braços dele a seguravam por cima do corpo do mesmo.

Vendo no relógio ela podia confirmar que realmente passava das uma da madrugada. A televisão estava pausada, como se o filme tivesse recomeçado e o sistema percebeu que se repetia demais então interrompeu por conta própria.

Ela procurou pela calcinha atirada em algum lugar do quarto, a encontrando próxima da mala de roupas de Steve. Olhando o acumulado de roupas, percebeu um casaco enfiado ao lado e o puxou, estava com frio. O agasalho tinha o cheiro de Steve, grande nas mangas e confortável até para dormir.

Os saltos estavam jogados no carpete de entrada junto com a bolsa. Natasha sorriu para o rosto sereno de Steve, se inclinando na bochecha dele e dando um longo beijinho.

Afinal, ela estava mesmo considerando contar tudo para ele? No começo isso estava fora de questão, agora as coisas pareciam ter ido para um caminho imprevisível. Natasha sentia cada vez mais medo do que viria a seguir caso ela contasse.

Steve a odiaria, era um fato doloroso.

Verificou o homem de sua vida dormindo mais uma vez, com pesar no coração. Ele merecia saber de Sarah, merecia conhecer a filha dele. A consciência voltava a pesar com culpa, por quase oito anos omitiu a criança que agora iria fazer sete em duas semanas, a criança com o nome da mãe dele.

Doía e doía muito perceber a bola de neve que tinha criado, enxergar quão imatura e impulsiva havia sido. Talvez esse fosse o final merecido dela, depois de tudo.

Ela não podia se culpar por tudo também, Nat estava muito machucada quando tudo acabou, não tinha forças para pensar em Steve Rogers sem soltar uma lagrima agonizante.

Mas ela realmente cogitava contar tudo pra ele? Tudinho mesmo?

Antes que chorasse em frente a um Steve dormente, engoliu o nó da garganta e respirou fundo enquanto recolhia suas coisas e saia do quarto. Contanto, não fez questão de esconder o sorriso pequeno no rosto após se lembrar do orgasmo que tinha recebido graças a Steve.

O sorriso morreu assim que abriu a porta do quarto e encontrou Sharon pronta para entrar no cômodo. As duas se encararam com as testas franzidas. Natasha, com o casaco de Steve, os saltos na mão e o cabelo meio bagunçado pelo sono. Sharon, com uma sacola de alguma lanchonete da cidade e o notebook de Rogers na outra.

Merda, o que aquilo queria dizer? Para ambas as partes, duvidas claras eram implícitas.

— Sharon, oi — Natasha fechou a porta atrás de si e ajeitou o cabelo com suavidade.

— Boa noite, Natasha, que coincidência te ver aqui — a mais nova exclamou surpresa, tentando associar as coisas do jeito certo — Ainda mais essa hora. Tudo bem?

— Tudo perfeito, mas já estou saindo, então se me der licença — ela atravessou até o elevador, se virando curiosa para Sharon entrando no quarto de Steve — Se veio aqui com a intenção de falar com Steve, saiba que ele está dormindo.

Sua filha, Sarah | RomanogersWhere stories live. Discover now