• Capítulo 39 •

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Trysney | 2023

Na noite anterior, na que Sarah dormiu fora e que ela se sentiu menos do que um pedaço de merda, Natasha pegou a chave de seu carro e saiu para tomar um ar.

O que resultou muito bem numa mulher cheia de bebidas alcoólicas, com o carro estacionado de qualquer jeito e chorando contra o volante do carro. Ela não conseguia, não tinha forças para avançar e ir embora.

Estava ignorando as chamadas e mensagens de Laura, não queria falar com ninguém. Estava ignorando a vontade de ir ao banheiro, iria mijar nas calças a qualquer momento. Estava ignorando a dor extrema na cabeça, continuou virando goles grandes na garganta.

Não ia tirar a cara do volante, mas dois toques no vidro deram uma silenciada na algazarra de seu corpo. Tremendo levemente e ainda escorrendo lágrimas dos olhos, ela girou a cabeça para o lado.

— Abaixa o vidro — disse ele, direcionando a lanterna na cara dela.

Natasha resmungou e ele inclinou o objeto com luz para o chão ao ver a careta dela. Mas depois que o vidro foi abaixado, Nat encaixou a cabeça no braço e deixou o queixo no cotovelo, colocando a cara sofrida para fora.

— Oi.

— É a segunda vez que te encontro chorando no carro, Romanoff. A única diferença é que agora está bêbada — o homem com uniforme policial avaliou o rosto vermelho de Nat.

— Eu quero morrer, Sam — declarou Natasha, olhando o homem sorrir tristemente.

— Você bebeu pra caralho, pra chegar no ponto de estar bêbada — ele abriu a porta do carro e segurou Natasha para cima, abraçando o corpo mole da amiga.

— É porque meu emocional está uma merda e não comi nada — ela contraiu o corpo, formando mais lágrimas.

— Você precisava muito de um abraço — Sam sabia que Natasha era seletiva com abraços.

Ela gostava de gestos de apoio, mas abraços longos significavam que ela precisava muito de afeto. Como aquela hora. 

Ele também sabia que ela nunca assumiria isso, e não se importava de ser um ombro amigo para a mulher que ajudou tanto com sua família. Natasha e Sam ficaram amigos depois que ela ouviu policiais o parando na rua porque tinham roubado a loja que ele tinha saído, estavam o acusando de roubo. 

[Flashback - 2016]

Natasha com uma barriga de seis meses, viu o momento exato em que o homem guardava coisas em seu casaco de grife. Ela sabia do que se tratava aquilo e não pensou duas vezes antes de agir e chegar até o ladrão saindo sorrateiramente.

Primeiro, o empurrou contra a parede e fez tanto barulho que os sete policiais que apontavam armas para Sam olharam na mesma hora. 

— Eu não peguei nada — Sam rangeu os dentes, se recusando a levantar as mãos, se pondo na frente da irmã.

— Não mesmo — Natasha afirmou, vendo o rapaz tentar levar depois de ter batido a cabeça contra os tijolos na parede.

— Você é louca? — gemeu de dor, tocando o sangue escorrendo na testa — Quem você pensa que é para me bater? 

— Não vai querer saber quem eu realmente sou — murmurou avisando — Esvazie os bolsos, frasco de perfume enjoativo.

— Acho que isso aí está te deixando muito sem noção de si mesma — apontou para a barriga dela — Posso te processar por agressão física, a polícia está logo ali. Aliás, por que estão olhando ao invés de reagir?

— Do que adianta vestir um casaco tão caro como esse e esconder tantas joias roubadas aí? — Natasha impediu que ele andasse para longe — E, pra sua sorte, isso aqui... — tocou a barriga — Não me impede de nada — uma joelhada acertou fortemente as áreas sensíveis do homem, ele caiu de joelhos na hora — Inclusive de bater em você.

Sua filha, Sarah | RomanogersМесто, где живут истории. Откройте их для себя