Sua filha, Sarah | Romanogers

• Capítulo 33 •

New York | 2015

Quanto mais ela caminhava para a porta de Laura, mais perguntas surgiam. Quem a recebeu depois de apertar o botãozinho foi Lila, com a carinha suada e um sorriso banguela aberto.

— Tia Nat! — gritou animada, pulando para o colo da mulher.

— Boa tarde, sua atentada — ela fez cócegas na barriga da menina, arrancando risos dela — Onde estão seus pais, hein? Fala ou eu faço mais.

— Eu não sei… — disse entre gargalhadas.

— Acho que vou ter que resolver sozinha — Natasha sorriu e deu um descanso para a criança ofegante.

— Lila, o que falamos sobre atender a porta? Podia ser um estranho — Clint repreendeu a filha enquanto entrava na sala com Nathaniel no colo — Oi, Tasha.

— Mas era a tia Nat! — se defendeu inocentemente.

— E se não fosse a tia Nat? E se fosse um estranho que você nunca viu na vida? Ele poderia te roubar e aí já era — o pai insistiu protetor, soltando o filho mais novo no tapete da sala.

A garota bufou irritada e correu para cozinha, gritando pelo irmão mais velho. Clint revirou os olhos e Natasha fez um biquinho engraçado. Laura chamou os dois na escada, alegando que precisava de ajuda com caixas.

— Pra que tudo isso? — perguntou Natasha, se referindo às caixas espalhadas no corredor e nos quartos.

— Sobre isso que precisamos de falar — Laura respondeu hesitante — Vamos tomar um café e nós te explicaremos o que está tentando adivinhar.

— Vão se mudar — ela chutou, tendo quase certeza que era isso mesmo — Não é isso?

Laura soltou um suspiro misturado com uma risada, acenando a cabeça e encarando a testa franzida da amiga. Eles desceram e se sentaram na mesa posta com o café da tarde, apenas o barulho do café caindo na xícara se fazia presente. Clint ofereceu uma bolacha em formato de vampiro para aliviar a tensão feita na mesa, o molhando no leite antes de entregar para a ruiva com um sorriso brincalhão.

— Idiota — murmurrou Natasha, sorrindo um pouco.

— Washington — citou Laura, contando o destino — Fui chamada para trabalhar em uma colocação importante de um projeto cinematográfico, vai ser algo enorme, Nat. A proposta é alta, e Clint conseguiu uma transferência para lá. Falta só a matrícula do Cooper ficar totalmente pronta, Lila já está confirmada para uma escola ótima. 

— Isso é ótimo, estou feliz por vocês — disse, ficando calada por um tempo — Claro que vou sentir falta de vocês, mas é o de menos se estiverem felizes e bem. 

— É a nossa melhor amiga, Tasha, é importante que você tenha nos apoiado nessa decisão maluca e rápida demais para pais com três filhos pequenos arriscarem — Clint segurou a mão da esposa e da amiga por cima da mesa.

— Vamos anunciar sobre a mudança no fim de semana, daremos um jantar aqui em casa e deixaremos as crianças na casa da minha mãe.

— Porra, calma ai! — Nat sorriu, esquecendo um pouco o assunto mais doloroso — Sem crianças e ainda por cima com a galera toda? 

— Exatamente. Não sabemos bem qual dia iremos definitivamente embora, então por que não uma festa de encerramento? — afirmou Laura.

— Bebidas e comida liberadas? Não tem como dar errado — emendou Clint — Mas por favor, sem transar no meu quarto igual fizeram na casa do Tony!

— Está me acusando de algo? — ela cerrou os olhos, tomando um gole de café.

— Não, querida Natasha, apenas avisando. Por favor.