• Capítulo 37 •

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Trysney | 2023

(Revejam o capítulo 31 se não se lembram de como acabou)

Steve tinha os olhos fixos nela quando ouviu sobre Peggy Carter, estavam cansados mas ainda eram os azuis acolhedores de sempre. Ela se encolheu internamente ao pensar que estragaria isso em questões de segundos, como havia feito anos atrás.

— Eu fiquei possessa de ciúmes — continuou Natasha — E mesmo não admitindo na época, fiquei envergonhada de ter invadido sua casa e ter corrompido sua intimidade. Me senti envergonhada por ser capaz de sentir ciúmes mesmo quando sabia que eu merecia a dor da rejeição.

— Nat, eu só consegui ficar com qualquer outra mulher anos depois de você — ele não se conteve e agarrou a mão fria de Natasha — Mas se quer saber, eu forneci estadia para Peggy. Ela estava com uns problemas e precisava da minha ajuda, então Sharon me procurou e eu ajudei.

— Não precisa se explicar, Steve, eu quem não devia interferir nas suas escolhas — ela aceitou o toque de bom grado — É que eu gostava tanto de você que te ver a dois metros de uma mulher fazia meu sangue ferver.

— Podia ter me dito isso anos atrás, eu diria que também não suportava suas amizades masculinas — apertou a boca num sorrisinho tímido — Nem as femininas que ficavam perto demais.

— A gente tinha um limite. Viviamos tendo briguinhas e muito sexo a disposição. Se eu te dissesse o que guardava pra mim, provavelmente morreria de vergonha, além de ter medo de tudo o que eu sentia sumir quando eu falasse em voz alta.

— Acho que temos um incógnita aqui, então — sussurrou Steve, chegando o corpo mais perto dela — Eu fiquei encantado por você desde que te vi, Natalia. E quando finalmente começamos a ficar mais juntos, eu já queria nos assumir pro mundo inteiro — Natasha só o ouviu porque estavam muito perto, a voz de Steve era muito baixa e o ter tão próximo assim a dava borboletas em excesso na sua barriga — Eu precisava que você determinasse um limite, até onde podíamos ir. Ou então eu falaria um monte de coisas bobas e sentimentais que eu sentia. 

— Sempre gostei do seu jeitinho bobo mas ao mesmo tempo tão teimoso e mimado — ela deu um beijinho em seu pulso quando deitou a cabeça no encosto do sofá — Eu nunca odiei você, Steve. Nunca.

— Eu também nunca te odiei, Nat. Nunca serei capaz de te odiar.

— Em uma das vezes que eu fui atrás de você, a coisa que mais ouvi era que me odiava — Natasha comentou ao se lembrar de Rogers bêbado — Você tinha enchido a cara e eu te levei de volta pra casa. Disse que me queria longe e disse para me deitar com você. 

— Bem, a sua dinâmica comigo era exatamente dessa forma. Você decidia que uma hora me queria e a outra ficava dois dias sem falar comigo — franziu a boca tristemente.

— Naquele dia que tudo terminou entre a gente, eu menti — confessou mudando o assunto. Steve recuou a cabeça para trás e a encarou esperando o resto da fala — Eu não amava outro cara. Eu nem sequer tinha outro cara.

— Por quê? Por que fez isso? — ele deu um espaço entre eles, pedindo uma explicação — Por que não permitiu que nós fossemos mais? Por que não me deixou tentar?

— Porque você era bom e perfeito. Eu sempre fui uma bagunça de problemas, sentimentos e pensamentos. Eu era jovem demais e não me conhecia o suficiente, ainda não me conheço — ela olhou para as mãos, perdida no que dizer — Só disse isso uma vez, para Wanda, mas vou repetir pra você. Pessoas com quem eu me importo e realmente gosto, tendem a sair machucadas ao me verem melhor.

— Eu não sou perfeito, sei muito bem todos os meus defeitos e meus erros. Se eu tivesse te deixado falar anos atrás, se eu não tivesse desistido de você quando veio me procurar... talvez nem estivéssemos aqui discutindo isso.

Sua filha, Sarah | RomanogersOnde histórias criam vida. Descubra agora