Cinco: Aquele com o Mikey Mouse

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   Frank abriu os olhos vagarosamente ao que tentava assimilar a luz solar que adentrava pela janela e a infernal dor aguda e persistente em sua cabeça. Ele não se levantou, não tinha vontade e muito menos forças o suficiente, porém, sua cabeça repassava algumas memórias da noite anterior como a lembrança de um filme ruim.

    Ele se lembrava de beber muito, mas não se lembrava do que exatamente havia bebido. Também se lembrava de rir até sua boca doer, de apostar uma corrida com Ray e de beijar Kelly, uma das garotas que estavam na festa. A tempestade começou quando a memória dos olhos assustados de Gerard apareceram em sua cabeça, e de como ele agiu durante toda aquela confusão. Frank achou que Gerard o odiaria agora muito mais.

  O baixinho sentou-se em sua cama com um pouco de dificuldades e encarou Way em sua cama. Ele dormia numa posição estranha, todo espalhado pelo colchão, descoberto e ainda trajando as roupas da noite anterior. Frank pensou que ele provavelmente estava muito cansado, afinal, desde o dia em que chegara ali, nunca havia visto Gerard dormir sem seu famigerado pijama.

  O despertador do Darth Vader não estava na tomada, o que significava que Gerard também não iria assistir as aulas naquele dia. Algumas questões surgiram pela cabeça de Iero: Qual seria a idade de Gerard? Por qual motivo ele estava naquele local? Será que ele tinha alguma cueca considerada "normal" para alguém de seu tamanho? Por que ele o havia ajudado se o odiava tanto? 

  Não demorou muito para que ele despertasse também, se espreguiçando e gemendo manhoso feito um grande bebê. Way sentou-se em sua cama, coçando os olhos por longos segundos e, em seguida, apoiando a cabeça em uma das mãos. Sua expressão era indecifrável.

   Frank o assistiu por alguns minutos, estava se decidindo se devia ou não se aproximar um pouco mais do rapaz, aproveitando-se de sua boa ação para finalmente se tornarem amigos. Talvez fosse esse o momento certo! Mesmo com a cabeça zonza e o corpo mole, Iero tenta ficar de pé, apoiando-se na comoda ao lado de sua cama. Por pouco ele não se esborrachou e, em passos lentos, conseguiu chegar até a cama do mais alto.

-Ahm...-Suas mãos estavam trêmulas.-Gerard?

       Way abriu os olhos, levantou a cabeça e balançou-a como quem questiona "O que é?".

-É que, é...-Tossiu.-Está tudo bem?

-Está. -Respondeu sem cerimonias. 

-Ahm, certo, legal. Escuta, eu só queria dizer que... Na verdade, eu não sei como dizer isso, é meio difícil, é só que...

-Não precisa agradecer, Frank. Eu só não queria ser o cúmplice de uma morte.

           O baixinho não pôde evitar que um sorriso modesto brotasse em seus lábios.

-Você não tem pinta de assassino. -Frank gargalhou baixinho.- De qualquer forma, obrigado por ter cuidado de mim, eu teria vomitado caso precisasse segurar seu cabelo em uma situação dessas. E eu imagino que não tenha sido fácil. Só... Obrigado.

-Está tudo bem, eu acho. Só toma cuidado da próxima vez, foi a sua primeira festa aqui e eu não recomendo encher tanto a cara em nenhuma delas. Se você estivesse cercado das pessoas erradas, poderia estar morto engasgado com o próprio vômito.

                                                      Ele entendia o que aquilo queria dizer.

-É, eu sei. Escuta, você não me parece muito bem. Tem algo que eu possa fazer para te ajudar? Sei lá, quer algum remédio?

Hig School For Bad Good Guys (Frerard, Livro 1)Where stories live. Discover now