Capítulo 3. Prazer em te conhecer... Ou não

549 69 34
                                    

Boa leitura!

Três da manhã.

Era exatamente três horas da manhã quando Noah despertou, sentindo um desconforto em sua bexiga.

O moreno resmungou baixo e esticou o braço para alcançar os seus óculos, os colocando finalmente, conseguindo assim enxergar algo.

Pegou seu celular e viu que marcava três horas da manhã, o que poderia ser um tanto quanto perigoso naquele pântano que todos diziam ser assombrado.

— Justo agora, Noah? Por que não urinou antes de dormir? – O moreno repreendeu a si mesmo, logo suspirando pesado.

Tomando um fôlego de coragem, Noah calçou seu par de chinelos e saiu de sua barraca, mordendo o lábio inferior em nervosismo.

Como era de se esperar, a única luz que havia ali vinha das chamas crepitantes da fogueira. As barracas estavam silenciosas e se Noah se concentrasse um pouco poderia ouvir os roncos nada discretos de sua amiga Sofya.

Noah ajeitou seus óculos, pensando se deveria chamar algum amigo para lhe fazer companhia, mas logo desistiu da ideia e resolveu que iria achar um lugar distante para fazer suas necessidades.

Enquanto Noah andava para longe das barracas, os únicos barulhos que conseguia ouvir era das folhas secas se desfazendo abaixo de seus chinelos e os sons das cigarras que pareciam estar em festa.

O moreno suspirou e olhou para trás por alguns segundos, se perguntando se era mesmo certo se afastar tanto assim das barracas.

Mas seu questionamento não durou muito, não quando Noah tropeçou em um galho e caiu ladeira abaixo por pisar em falso logo em seguida.

— Trouxe o que me pediu, senhor Beauchamp! – Alex sorriu orgulhoso, colocando o recipiente de vidro em cima da mesa de madeira da pequena cozinha.

— Alex... – O bruxo negou com a cabeça, procurando respirar fundo antes de continuar. — Eu disse para você não demorar, tem noção que são três e vinte da manhã? – Olhou para a ex garça. — Eu fiquei preocupado!

— É que os crocodilos acabaram me vendo bisbilhotando eles soltando suas fezes e... Oh! – Os olhos castanhos de Alex brilharam. — Os senhor estava preocupado comigo? – Mordeu o lábio inferior.

— O quê? – Josh franziu as sobrancelhas. — Ah, não... Eu fiquei preocupado de você ter sido engolido vivo e eu ter que me dar o trabalho de buscar o que eu precisava. – Disse enquanto pegava o pequeno recipiente de vidro em mãos, com os olhos semicerrados. — De qualquer forma, está com fome? Pensei em fazer um risoto de cogumelos! – Continuou.

— Ah... – O sorriso de Alex murchou. — Não, não, eu vou... Hum... Dar uma volta. – Deu de ombros.

— Certo, se eu já estiver dormindo quando você voltar, sugiro que entre pela janela e não faça barulho. Sabe que eu não gosto de ser acordado.– O bruxo disse e a ex garça apenas assentiu e se retirou.

Próximo dali, Noah andava pela outra parte do pântano, completamente desnorteado pela queda. A lente esquerda dos óculos havia quebrado e o moreno tinha folhas secas no ninho de cabelos, assim como sua camisa antes branca agora estava completamente suja de terra, e a calça quadriculada de cor azul também. Noah agora tinha apenas um chinelo no pé, o outro provavelmente havia se perdido enquanto o moreno rolava ladeira abaixo.

Ainda com a bexiga cheia e uma expressão de puro desespero por estar perdido naquele pântano, Noah juntou as mãos e agradeceu para o céu estrelado ao avistar uma casa próxima ao rio, a casa tinha as luzes acesas e a chaminé liberava uma fumaça fraca, o que significava que havia gente morando ali.

Bewitched || N.B Where stories live. Discover now