Capítulo 27

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Amaldiçoado o dia que fui aquele maldito banco, devia ter ficado em casa, mas não, uma pessoa faz o que pensa ser o bem e pasmem com o que recebo em troca, tortura, queimaduras que provavelmente ficarão marcadas até ao fim dos meus dias. Que raiva, como te odeio Gabriel. Se eu tiver a sorte de à mínima oportunidade dar cabo de ti, pois bem, é isso que farei.
Malditas dores que não me deixam em paz. Será que ele daqui a pouco irá torturar-me mais ou será que realmente deixará para amanhã?

Helena enquanto se encontra perdida em seus pensamentos, Gabriel entra no quarto com um balde e uma esfregona numa mão e uma pomada na outra.

Gabriel: E que tal demônia, sentes-te confortável?

Helena: Vai gozar com o diabo que te parta! E pára de chamar o teu nome aos outros.

Gabriel: O meu nome?

Helena: O único demônio que vejo por aqui és tu.

Gabriel: Não, o meu é Justiceiro e estou aqui para pregar o teu castigo demônia.

Gabriel pousa o balde no chão e vai em direcção a Helena. Pega na pomada, tira a tampinha e coloca um pouco de creme no dedo indicador.

Helena: O que é isso? Que vais fazer?

Gabriel: Calma, é pomada para queimaduras, é para o bem da tua saúde.

Helena: Tás a brincar certo?
Quer dizer primeiro queimas-me e agora queres curar o mal que me fizes-te?

Gabriel: Não quero que começes a apodrecer precocemente, quero torturar-te por muito, muito, muito tempo (diz sorrindo enquanto olha para Helena).

Helena: Começo a ter pena de ti.

Gabriel: De mim? Explica-te.

Helena: Sim, é preciso ser uma pessoa muito, muito, muito solitária para quereres ter-me aqui por muito tempo Gabriel.

Gabriel: Demônia garanto-te que de solitário nada tenho. Estás bem arrebitada para quem foi torturada. (Diz enquanto passa creme nas feridas).

Helena: As queimaduras estão a doer bem arrrggg cuidado a pôr isso, não calques por favor!

Gabriel: Para quieta, senão demoro mais.

Helena: Experimenta queimar-te e depois diz-me alguma coisa...

Gabriel: Pronto, já está. Não precisas de agradecer.

"Este tipo só pode estar a brincar comigo! Primeiro magoa-me e depois cura-me. Vai se lá entende-lo...."

Gabriel pousa a pomada na mesa, volta para junto de Helena, abre as algemas, esta cai no chão, está fraca, já não come há várias horas .

Gabriel: Levanta-te, tens trabalho a fazer, quero que limpes este quarto.

Helena levanta-se com dificuldade, vai até ao pé da cama para vestir a túnica branca comprida que ele lhe trouxe. Pega na peça e ao mesmo tempo que o faz Gabriel agarra com força o seu pulso.

Gabriel: Que pensas que estás a fazer?

Helena: Tenho frio, por isso ia vestir a roupa que trouxes-te.

Gabriel: Nada disso, primeiro limpas tudo, quando terminares tomas um banho e aí sim, poderás vestir a roupa.

Helena: Gabriel...

Gabriel: Que foi?

Helena: Estou a morrer de fome... Trás-me algo para comer, por favor.

Gabriel: Faz o que te mando, quanto mais depressa terminares o trabalho mais depressa te trago algo para comeres.

Helena olha para ele desapontada, além das dores ainda teria de trabalhar com fome. Gabriel deixa-a sozinha. Sem outra opção a rapariga começou a limpar o quarto todo. Cerca de uma hora depois, já com tudo arranjado, ela vai até ao chuveiro tomar um banho, entretanto seca-se veste a túnica e calça umas havaianas, calcinha ele não trouxe etalvez porque não daria para vestir com a corrente no tornozelo. Helena deita-se pela primeira vez na cama, fecha os olhos por um bocadinho e acaba por adormecer. Gabriel está a vê-la pelo monitor, decide deixá-la dormir um pouco. Duas horas depois ele vai até ao quarto, Helena está num sono profundo, não o ouve a entrar. Ele pousa na mesa um prato de esparguete com almôndegas e uma garrafa de água. Sai e durante o resto do dia não volta lá.
Helena acorda espreguiçando-se.

Uuaahhh, hum soube bem esta sesta, estava mesmo a precisar, por quanto tempo terei dormido? (Seu estômago não parava de fazer barulho) Credo que dor de barriga, estou faminta. Aquele idiota terá se esquecido de mim?

Helena olha em volta e repara que está um prato de comida na mesa e água, esta esfrega os olhos - " Será que não estou a ter alucinações?" - Helena corre até à mesa - "É mesmo comida! Ele não se esqueceu de mim! Como é que não dei conta de ele ter vindo aqui? Até admira não me ter atormentado!" - Helena começa a comer, termina num instante, sente-se satisfeita, apesar de a comida estar fria - " A fraqueza faz tudo saber melhor, já até custava a respirar com a fraqueza". - Helena volta a deitar-se, não há nada que possa fazer, a não ser dormir e esperar que a qualquer momento o seu torturador apareça.
Gabriel continua a a vê-la pelo monitor.

Isso mesmo demônia, aproveita para dormir enquanto te permito. Os próximos dias não serão tão mimosos como o de hoje.









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