Capítulo 45

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Nos dias seguintes Helena mantinha-se pelo quarto de hóspedes, recusando-se a sair do mesmo. Mal comia, mal dormia.
Casar e ter um filho de seu inimigo está fora de questão.

Rute: A menina Helena precisa de se alimentar bem, senão vai ter uma recaída. É isso que quer?

Helena estava á janela observando o magnífico jardim que ali havia.

Helena: Quero lá saber.... Se morrer, morri...
Não quero casar com aquele besta.

Rute: Se o tentasse compreender e conhecer ia ver que ele não é mau.

Helena: Essa deve ser para rir.
Deixe o irmão dele morrer por falta dos seus cuidados e vai ver o que lhe acontece. Queria ver se continuaria a vê-lo como boa pessoa.
Você não consegue imaginar o que passei nas mãos dequele diabo.

Rute: Credo, nem diga isso, dá-me já aqui um piripaque. Eu ainda teria de lidar com a vingança do pai e do filho!!!!
Tire essa boca para lá...

Helena: Pois claro, vê como mudou logo de ideias.

Rute: Ele foi assim tão mau consigo?

Helena: Ele foi horrível. Não quero falar sobre isso..

Rute: Eu entendo. Deve ter ficado traumatizada. Lamento pelo que passou.
Vou deixá-la descansar.
Boa noite.

Helena: Boa noite.

Helena tenta ajeitar-se na cama para dormir, porém não há forma nem posição que consiga permanecer, é um vira para cá e um vira para lá. O assunto não lhe sai da cabeça.

Helena: Afffff mais uma noite sem dormir está visto!!
Isto não pode continuar assim, tenho de falar com aquele parvo a ver se convencemos o pai dele a cancelar este maldito casamento.
Tanto eu como ele recusamos, ao menos estamos de acordo em alguma coisa...
Vou falar com ele e é agora.

Já fazia três dias desde a reunião dos três no escritório de Vítor de Aragão.
Desde o castigo que Gabriel também não sai de seu quarto.
Helena levanta-se da cama, ela veste um pijama de blusa e calção curtinho rosa com pequenas flores pretas. Ajeita o cabelo e sai em direcção ao quarto de Gabriel. Conforme se vai aproximando o coração começa a acelerar, as mãos começam a tremer e a respiração fica ofegante. Sente calafrios.

"Não sei se consigo entrar, é como se o meu corpo percebe-se que ao entrar nesse quarto eu estive-se a meter-me em sarilhos, a correr perigo por assim dizer.
Estou com medo.
Helena tens de ser forte, ele sabe que está proibido pelo pai de fazer-me mal.
Eu consigo, vou entrar e é agora".

Helena nem bate á porta, abre-a devagar. Conforme vai abrindo vai vendo a silhueta de Gabriel deitado a dormir em sua cama. Vai entrando pé ante pé, até que Helena para e espanta-se com o que vê.

"Mas que raio se passa aqui? Estarei a ver bem??
Como é possível uma coisa destas??
Ai eu não estou a acreditar 😤"

Para seu espanto, Gabriel dormia abraçado á sua gatinha Mia.

"Traidora, como é possível ela dormir tão bem perto desse animal, desse besta? 😒"

Helena vai até Gabriel e dá-lhe um empurrão.

Helena: Ei

No tempo que ela fala "ei" Gabriel acorda sobressaltado e agarra-a deitando-a em sua cama, a Mia foge dali. Gabriel ao ver que é Helena, põe-se por cima dela prendendo seus pulsos, não deixando forma de ela fugir dali.

Gabriel: Que estás aqui a fazer demónia?
Saudades minhas?

Helena: SOLTA-ME seu mentiroso brutamontes.

Gabriel: Não tenho obrigação nenhuma de te soltar, tu é que invadiste a minha privacidade. Não te obriguei a nada que eu saiba. Estás aqui por tua própria vontade.

Helena: Gabriel SOLTA-ME.

Gabriel: Não solto. Que vais fazer em relação a isso.

Helena: Se não me soltares já eu vou gritar.
Depois quero ver-te a acertar contas com o teu pai.

Gabriel fica sério no momento em que Helena menciona o seu pai.

Gabriel: O meu pai não é para aqui chamado, e se fosses espertinho saberias que ele não está em casa.

Helena: Pode não estar agora, mas estará em algum momento e eu contarei tudo o que estejas aí a imaginar fazer comigo. Caso o faças.

Gabriel: Não te esqueças que eu tenho a tua gata. Vê lá se queres que ela continue a existir.

Helena: Pelo que vi estás bem apegado a ela, ao ponto de dormirem juntos!!

Gabriel: Que posso eu dizer (aproximando-se no ouvido de Helena), nem as gatas me resistem. (Dando um sorriso maroto).

Helena: És mesmo um idiota convencido. Agora vais soltar-me para conversar ou como vai ser?

Gabriel solta Helena, esta meio a tremer de nervosismo levanta-se da cama e ajeitar-seeio envergonhada. Gabriel fica deitado/sentado encostado á cama observando Helena.

Gabriel: Que assunto é esse tão importante que não dava para falar amanhã?

Helena: Ora bem tanto eu como tu não nos queremos casar.

Gabriel: Óbvio que não quero casar com uma.... Enfim tu sabes.

Helena: Não, não sei. Nem quero saber o pensas de mim.
Acho que temos de falar novamente com o teu pai e fazê-lo ver que isto é um erro. Não pode acontecer.

Gabriel: Concordo.

Helena: Ainda bem que concordas.
Já agora vou levar a minha gata comigo.

Gabriel levanta-se num instante assustando Helena, ele agarra-a pelo pescoço e encosta-a a parede.

Gabriel: Não abuses da sorte domônia.

Helena repara num espelho que lá tinha atrás e vê nítidamente as marcas mas costas de Gabriel.

Helena: Que aconteceu às tuas costas?

Gabriel: Não te interessa, não é assunto teu. (Vai apertando o pescoço de Helena). A única coisa que precisas de saber é que é tudo culpa tua, estou mortinho por me livrar de ti.

Helena aflita como o aperto no pescoço, dá-lhe uma bofetada.
Gabriel fica de cara virada para o lado, dá um bufo e solta Helena.

Gabriel: Tens sorte de ter as costas guardadas pelo meu pai, senão deixava-as iguais ás minhas.
Sai daqui.

Helena sai a correr de quarto de Gabriel e enfia-se no seu, apavorada e confusa com que acabou de acontecer.











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