Doce Vingança

Capítulo Final

Gabriel: Doutora posso fazer-lhe um pedido?

Médica: Diga, se eu puder ...

Gabriel: Eu gostaria de fazer a surpresa á minha esposa e á minha família quando voltarmos para casa. Será que poderia não contar nada sobre a gravidez á minha esposa?

Médica: Eu como médica não deveria guardar segredo, pois o corpo de sua esposa passou por um trauma que a poderia ter feito perder o feto. Mas, como aparentemente está tudo bem, eu poderei fingir que não sei de nada.

Gabriel: Muito obrigado doutora, já agora quando é que ela terá alta?

Médica: Depois de amanhã, se não acontecer nada até lá, esperemos que não, poderão então voltar para casa. Ela vai necessitar de muito repouso.

Gabriel: Compreendo. Mais uma vez obrigado pela compreensão.

Médica: De nada.

Os dias passaram, Gabriel e Helena regressam a casa, Vítor cumprimentá-lo todo preocupado, Helena está ainda bastante dorida.
Esta decide ir para o quarto descansar, Gabriel acompanhá-la e ajuda-a trocar de roupa e a deitar-se.

Helena: Que se passa contigo?

Gabriel: Como assim?

Helena: Tens agido de forma estranha desde que saímos do hospital.

Gabriel: Não se passa nada.

Helena: A desilusão foi assim tão grande por eu não ter morrido e finalmente teres te livrado aqui da demónia?

Gabriel: É, teria-me facilitado bastante a vida, assim terei de arquitectar um novo plano. (Diz em tom sério)

Helena: Estás a falar a sério mesmo ou é ironia?

Gabriel: Que te parece?

Helena: Nãoe parece que seja ironia!!

Gabriel: Então tens aí a tua resposta.

Helena: És mesmo idiota.

Gabriel: Vê se descansas... bem precisas...

Helena: Fico comovida com tanta preocupação pela minha saúde!!

Gabriel não responde e sai do quarto.

Helena: Só gostaria de saber o que se passa na cabeça daquele imbecil.
Cheira-me que se passa aqui qualquer coisa.
Terá sido o pai que lhe deu algum sermão?

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Não posso ser pai.
Que pai seria eu?
Ou nós dois, que nos odiamos?
Que felicidade teria a criança?
Agora que aconteceu o já esperado, não posso aceitar tal situação, não é justo.
Tenho de resolver isto o mais rápido possível e fazer ver ao meu pai que é errado.
Amanhã o assunto ficará resolvido.

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Gabriel compra uma pílula abortiva para dar a Helena sem que ela saiba.
"É melhor que ela não fique a saber da gravidez, assim ninguém irá sofrer".
Á noite Gabriel leva um chá a Helena, já com a pastilha desfeita nele.

Gabriel: Trouxe um chá, bebê enquanto está quente.

Helena (pega na caneca): Eu realmente não entendo, estás muito cuidadoso comigo, trazes-me as refeições, ajudas-me a ir ao banheiro, a dar-me banho.... Até chá trazes. Não te reconheço!!

Gabriel: É só enquanto estás e capacitada, depois volta tudo ao normal. Anda, bebê logo esse chá.

Helena: Calma, ainda está bem quente, detesto beber as coisas quentes demais, queima a língua. (Pousa a caneca no criado mudo).