9 | Sherlock Holmes e Dr. Watson

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Eu estou sob investigação? — Ia seguindo o Alex para dentro da agência enquanto ele andava com pressa pelos corredores. Meus pés já doíam nos saltos de tantas voltas que dávamos.

— Não.

— Então por que está me tratando como uma suspeita?

— Eu não estou. O que eu estou pedindo é que responda algumas perguntas, porque você foi, surpreendentemente, a última paciente do Elliot antes dele morrer no próprio consultório.

Soltei uma grande quantidade de ar pela boca a fim de expressar meu cansaço ante aquilo. Já era muito ter que lidar com a morte repentina, e talvez não ocasional, do meu médico.

— Como ele morreu?

— Envenenado. — Alex colocou o fichário na mesa mais próxima e finalmente me olhou nos olhos.

— De que forma?

— Por aspiração.

Franzi o cenho, imaginando quem teria feito isso e por que, no entanto não fiz mais nenhuma pergunta sobre o assunto para o detetive à frente.

— Já que respondi o que gostaria de saber, eu posso ir?

— Pode, não está presa — brincou. Rolei os olhos já pronta para ir embora, mas parei ao ouvi-lo continuar a fala: — O seu querido Watson está te esperando na sala dele.

— Quem? — Virei-me.

— Sua dupla dinâmica, quem mais? — continuou a piada. Vendo que não expressei nenhuma reação de volta, acrescentou: — Das histórias de Sherlock Holmes, não conhece? Ou será que ele é o Sherlock?

— O seu senso de humor me causa sérias dores na barriga, Boland. — Balancei a cabeça. É claro que eu sabia do que ele estava falando, essa era minha obra literária favorita; ainda assim, não tive motivo para rir.

Ao caminhar mais um pouco e chegar até a sala do Spencer, pude vê-lo atrás de uma grande mesa de madeira com várias folhas de papel espalhadas por ela; os cabelos do policial estavam desajeitados e seu cardigã desabotoado. Lembrei automaticamente que ele queria me dizer alguma coisa pelo telefone antes que eu introduzisse a conversa sobre o assassinato, poderia esse ser o motivo do chamado.

— Você dormiu essa noite? — Escorei-me na porta.

— Menos do que biologicamente necessito, pode acreditar. — Ergueu a cabeça após notar minha presença.

— Eu acredito.

— Entra. Preciso te mostrar uma coisa.

Fiz conforme pediu e parei ao seu lado atrás da mesa e dos computadores, curiosa.

— Você me mostrou os desenhos do que seria o tal logo, certo? — Assenti. — Eu fiz uma busca. Levou alguns dias de pesquisa e mais alguns para comprovar, mas eu cheguei até um possível resultado. E você estava certa.

Spencer digitava ao passo que sua explicação era dada, então a tela do computador foi redirecionada para mim através de um movimento de mãos. Passei os olhos pelo visor, avistando a imagem desenhada pelo Zayn; embaixo havia um nome, uma sigla.

— É um logo.

— Instituto de Inteligência Artificial — li em baixo tom.

— É a única propriedade que tem essa representação em todo o estado. Se o desenho deveria nos levar a algum lugar, penso que é esse.

Olhei o detetive que enfiava suas mãos no bolso da calça social. Ele me devolveu o olhar recheado de curiosidade, provavelmente ansiando por uma reação de minha parte. Como eu não reagi automaticamente, Reid continuou:

Submersos | Z.MOnde as histórias ganham vida. Descobre agora