13 | Eu sou a sua esposa

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O choro do bebê ecoou pelo banheiro inteiro. Por alguns minutos, eu o balancei em meus braços, sussurrando: "Ei, o que foi?", calmamente. Suas mãos eram tão pequenas, seus olhos abriam e fechavam devagar, a boca emitia alguns resmungos. Era o bebê mais bonito que eu já tinha visto; sequer podia desviar os olhos dele.

— Zayn? — Virei-me, vendo a mulher alta, loira e vestida de branco se dirigir a mim.

— Sim?

— Ela tem que mamar, vamos levá-la? — Esticou os braços.

— É claro. Eu sabia que toda essa agitação tinha um porquê. — Dei um sorriso depois de beijar levemente a cabeça dela e guardar na memória o cheiro tão familiar.

A mesma moça retirou o bebê do meu colo com todo o cuidado. Antes de sair do cômodo e ir até o quarto, aproximei-me da banheira para colocar para encher; separei dois roupões e também duas toalhas, então saí.

Quando abri os olhos, Ian estava estalando os dedos na frente do meu rosto.

Olhei ao redor: eu estava no salão, sentado próximo a pilastra perto de onde a Barbara me deixou plantado, vendo-a sumir porta a fora. Automaticamente, levantei e prestei atenção no que meu amigo falava.

— O que aconteceu aqui embaixo, cara?

— Como assim? — Percebi que eu ainda estava ofegante. Ao fazer um esforço mínimo, lembrei-me de tentar ir atrás dela no momento em que as recordações foram puxadas para minha mente.

— A mulher que estava com você, ela passou por mim correndo. Eu tentei chamar, mas... O que aconteceu? Vocês discutiram?

Não fazia ideia de como explicar a situação para o Ian sem que isso expusesse o trabalho da Barbara e todo o resto, por isso eu menti:

— Não. Não aconteceu nada. Ela recebeu uma ligação e teve que sair às pressas. Algo com a família.

Ele ficou em silêncio após franzir o cenho.

— E você? Está bem? Por que ficou aí jogado?

Olhando para ele, eu cheguei a conclusão de que também não podia simplesmente dizer: "Sabe o que é? Acho que algumas das minhas memórias apagadas voltaram de repente."

— Eu tive uma rápida queda de pressão, fiquei distraído com a Barbara e acabei não comendo. Vou aproveitar a deixa e ir até a cozinha. Você quer alguma coisa, irmão? — Fiz dois joias com os dedões, apontando na direção da saída e começando a caminhar para lá. Ian negou.

— Não, valeu aí. O yakisoba está na prateleira de cima se quiser.

— Obrigado.

Abandonei o salão, passei pelas poucas pessoas ao redor da roleta e nas máquinas, em seguida subi as escadas até em casa; entrei na cozinha, peguei a caixinha com macarrão na geladeira e coloquei para esquentar. Retirei o celular do bolso traseiro pronto para ligar para a Barbara no instante em que a campainha tocou. Tocou uma vez e uma segunda logo depois, evidenciando a impaciência de quem quer que fosse.

Por alguma razão, larguei a comida sem pestanejar e corri até a porta com o coração descompassado, no entanto uma feição confusa tomou conta do meu rosto ao enxergar uma mulher desconhecida do outro lado. Seus olhos brilharam, seus lábios ficaram entreabertos e ela parecia sem reação por um momento.

Submersos | Z.MOnde as histórias ganham vida. Descobre agora