21 | A vitória é doce

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Extremo leste de Fort Collins, sete anos atrás

- Mark! Diz que tem uma vaga para mim na voltinha de hoje? - falei enquanto andava pelo solo de areia e pedrinhas até o homem de cavanhaque branco que estava atrás da bancada anotando o nome dos corredores.

- Hawkins, olha só você! - Sorriu. - Claro que tem, chega aí!

Inclinei meu corpo na parte que ele estava usando para apoiar a ficha, vendo que escreveu meu sobrenome no seu rascunho. Peguei, gentilmente, a caneta preta de seus dedos e consertei a escrita:

- É Malik agora.

Quando sua expressão demonstrou curiosidade, virei-me para apontar para o Zayn que estava um pouco mais distante, encostado no capô do meu carro. O sol se pondo e batendo contra suas costas depois de atravessar as altas árvores o deixou ainda mais bonito. Ele esticou o braço para responder ao aceno do Mark.

- Ah, então você trouxe seu garoto. - Assenti. - E já se casaram? Eu nem fui convidado.

- Fizemos uma comemoração simples a dois. - Dei um sorriso mais largo, em seguida voltei a falar da corrida: - Vai me desejar sorte, hm?

- Sempre. Você é minha favorita, sabe disso.

Antes de afastar-me do guichê, fiz um toquinho de punhos com ele. Voltei para perto do meu marido que descruzou os braços para abraçar minha cintura e aconchegar-me entre as suas pernas.

- Estamos inscritos. - Passei os braços pelos ombros dele. Virei o rosto para observar ao redor. Zayn encostou os lábios na minha têmpora.

Estávamos no extremo leste, nas pistas de corrida não asfaltadas. Ali era o ponto de partida. Assim que todos os corredores chegassem, a competição teria início. Enquanto isso, a plateia aproveitava as barracas de comida, bebida e a música que tocava pela caixa de som - estavam felizes, sorrindo; alguns abraçavam os mais próximos, beijavam.

Olhei o Zayn. Ele me olhou de volta e afastou meus cabelos da frente de um dos ombros, colocando para trás e deixando minha clavícula descoberta mais visível.

- Eu te amo - sussurrei.

A mão direita dele acariciou minha bochecha a qual o mesmo havia deixado livre dos fios de cabelo.

- Amo você... Babz. - Usou o nome gravado no carro de corrida que eu pilotaria, deixou um peteleco fraco na minha tiara e recebi um beijo demorado nos lábios. A melhor parte de beijá-lo era sentir o cheiro da sua pele; nossa proximidade possibilitava isso.

- Não acredito! - A voz da Daphne invadiu os meus ouvidos e irritou meus tímpanos assim que soou. Paramos para observá-la dentro de seu carro agora estacionado ao lado do meu. Zayn não a conhecia, por isso tinha o cenho levemente franzido. - Você finalmente trouxe o seu chaveirinho para te ver comer poeira, Hawkins?!

O espaço entre nós três foi preenchido pelas risadinhas exageradas que ela deu. Seu cabelo loiro estava dividido ao meio e as duas mechas estavam presas, uma de cada lado da cabeça; algumas eram coloridas de vermelho, combinando com parte da sua blusa de frio das mangas dessa mesma cor.

- Isso vai ser fantástico! - continuou. Sorri de lado.

- Não esquece de pisar no acelerador quando enxergar o Babz na minha traseira. - Pisquei. A garota riu fraco e deu partida.

- Chaveirinho? - Zayn achou engraçado.

- Acho que era para ser uma ofensa - sussurrei.

- Achei apropriado, eu adoro te seguir para onde quer que vá. - Sorriu, dando corda à brincadeira.

Submersos | Z.MOnde as histórias ganham vida. Descobre agora