Capítulo 2

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Uma dor como ela nunca sentiu antes a atravessou. Finalmente ela podia gritar, embora gritar não fizesse nada para aliviar a dor. Parecia que cada centímetro de seu corpo estava sendo dilacerado. Certamente, pensou ela, devo estar perto de morrer agora. Seu corpo continuou se fechando cada vez mais em torno de si mesmo até que finalmente o feitiço foi desfeito. Uma praga soluçada de alívio deslizou por seus lábios.

- Ah, então ele tem cordas vocais intactas. Pelo que você disse, Draco, eu assumi que estava permanentemente confusa na mente e incapaz de falar direito.

A voz era alta, cruel e fria. Hermione não tentou levantar a cabeça ou se mover para que a dor não voltasse. Ela conhecia aquela voz, ou pelo menos poderia somar dois mais dois.

- Sim, meu senhor. Eu acredito que ela pode falar corretamente mesmo com a focinheira colocada.

Era ele. O homem de antes. Ela sabia que se abrisse os olhos veria seu escárnio enojado em algum lugar acima dela. Esse nome... algo sobre ele soava familiar. Não houve tempo para pensar antes de cedro, ou talvez pinho flutuar em seu rosto e sua sede a fez se lançar do chão em direção àquele cheiro delicioso e tortuoso. Ela estava tão, tão sedenta.

- Crucio.

A dor rugiu através dela novamente, e ela caiu como uma pedra de volta ao chão. As pedras afiadas morderam suas palmas e testa enquanto ela se contorcia contra elas. Acabou mais cedo desta vez, e ela se forçou a ficar de bruços, mesmo quando o cheiro inebriante a invadiu novamente. Ela estava tremendo de novo, embora soubesse que não era só de sede agora. Parecia que choques de eletricidade estavam passando por ela a cada respiração.

Ele disse o feitiço tão casualmente, como se fosse uma resposta automática. Quem era esse homem, e por que ela sentia como se reconhecesse seu nome? Nem era o Lorde das Trevas quem a atacou, foi ele.

- Você encontrou esta em Londres, Draco? - a voz alta perguntou.

- Sim, meu senhor. Alimentando-se de uma mulher trouxa. Eu acredito que é o último dos vampiros naquela área. É um bônus adicional que ela é quem ela é.

Enquanto ele falava, ela percebeu que havia algo suave pressionado contra a metade inferior de seu rosto que impedia que as pedras a machucassem ali. Experimentalmente, ela apertou os lábios contra ele. O material manteve sua forma contra seu toque. Quando ela inalou, ela cheirava a pele de dragão.

Em seguida, ela pensou em morder a coisa sangrenta, permitindo que suas presas deslizassem para baixo e se alongassem. Assim que seus lábios se separaram, porém, um choque muito forte passou por ela que rivalizava com o cruciatus. Ela trincou os dentes e gemeu apesar de si mesma.

- Você está certo, Draco. Segure-se, agora, eu quero ver isso.

Mãos ásperas fecharam em torno de cada um de seus bíceps e a puxaram para uma posição sentada. Uma mão pesada descansou em sua testa uma vez que ela estava de joelhos e o peso dela forçou sua cabeça para trás.

O teto estava escuro demais para ser visto, então ela olhou para o preto como tinta. Seu medo estava salpicando o ar novamente, e ela se perguntou se os dois homens poderiam sentir o cheiro também. Então, novamente, além do homem que a segurava, Draco, a outra pessoa com eles não cheirava a humano. Na verdade, ele não cheirava a nada que ela já tivesse encontrado que ainda estivesse vivo.

O medo a invadiu quando o Lorde das Trevas deu alguns passos mais perto de onde ela estava presa. Ela estava sendo inspecionada, embora não tivesse certeza.

Seu nariz queimou quando o cheiro dele flutuou sobre ela, levado até ela em suas vestes. Foi duro, como a faxineira trouxa chamada Bleach que ela encontrou em alguns pubs. Havia uma doçura podre nele que a lembrava de cadáveres. Certamente, se ele estava falando, então ele não era um cadáver? Uma onda de tontura a atingiu e seus olhos se fecharam enquanto a sala girava ao seu redor. Ele era muito pior do que ela lembrava.

Cinzas e Poeira - TRADUÇÃOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora