Capítulo 4

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**avisos: morder/beber sangue e tortura**

Vários dias devem ter se passado desde que ela viu Draco. Apesar de não ser capaz de ver o sol nascendo e se pondo, ela sabia que tinha que estar acontecendo. Duas poções apareceram dentro de sua cela também, provavelmente um ou dois dias separando sua chegada. Em algum momento, talvez quatro dias depois de ele não vê-la, havia degraus na escada; um batimento cardíaco, mas dois conjuntos distintos de pés. Hermione ficou o mais silenciosa que pôde enquanto ouvia uma das celas, a três de distância dela, abrir-se pela primeira vez desde que ela havia chegado.

Houve um rosnado agudo de alguém como ela, e então as barras se fecharam e outra pessoa xingou antes de ouvir um estalo alto e o silêncio cair mais uma vez. O vampiro no caminho não falou com ela, pode nem ter percebido que ela estava lá, mas para Hermione isso significava que ela poderia conseguir mais informações. Ninguém lhe disse que ela não podia falar com o outro.

Ela deu-lhe algum tempo para descomprimir antes de limpar a garganta sem jeito e dizer casualmente:

- Tudo bem lá embaixo?

Não houve resposta. Seus lábios se curvaram em frustração, abrindo caminho para suas presas enquanto elas espiavam um pouco mais longe do que onde elas costumavam saltar. Ela tinha certeza de que a pessoa não tinha saído, e certamente ele não estava com tanta sede que estavam além da fala. Se ele tivesse ajudado com um interrogatório, e não tivessem respondido à magia negra do jeito que ela tinha, então certamente ele estariam bem, cheios e de bom humor.

- Quem diabos é você?

Hermione se levantou de onde estava sentada. Mais algumas horas se passaram sem uma resposta, e ela quase esqueceu completamente que mais alguém estava lá. Uma vez que ela estava calma novamente, ela chamou de volta:

- Hermione Granger. Você?

- Teodore Nott.

O nome a fez congelar. Ela conhecia esse nome. Antes que ela pudesse dizer mais alguma coisa, porém, Theodore perguntou:

- Você pegou as poções? Ou eles levam você para cima e para fora para se alimentar?

- Er, - ela gaguejou - apenas poções.

Isso o fez soltar uma gargalhada. Algo nele parecia mais ameaçador do que ela estava confortável, mas com eles estando em celas ela se sentiu um pouco protegida. Ele não respondeu por um longo tempo novamente antes de rir mais baixinho:

- Eu costumava ter o mesmo. Agora eles me deixaram subir. Olhe para nós, Granger. Como os poderosos caem.

Ela fez uma careta:

- Você era amigo de Malfoy, não era? - o nome mal saiu de seus lábios antes de Theodore soltar um grunhido ameaçador e áspero que a fez fechar a boca instantaneamente.

- Não diga esse nome na minha presença! - ele gritou, o eco de suas palavras ecoando por horas, mesmo depois que eles voltaram ao silêncio. Hermione caiu de costas contra a parede, completamente desencorajada e atordoada. Nós poderíamos ter sido aliados, ela lamentou. Deixando de lado o status de sangue, eles eram os mesmos; ela podia sentir o cheiro dele mesmo estando tão longe dele quanto ela, então não havia como negar.

O tempo que passaram juntos em silêncio, Hermione com muito medo de dizer qualquer coisa e Theodore sem vontade de iniciar uma nova conversa. Dadas suas diferenças, ela não estava surpresa. A última coisa que ela esperava era ver alguém que ela conhecia acabar como ela. Não que ela o conhecesse, mas quase parecia que ela o conhecia.

Cinzas e Poeira - TRADUÇÃOWhere stories live. Discover now