Capítulo 14

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**avisos: gore e sangue coagulado, ferimentos leves**


Eles foram os últimos a chegar ao terceiro andar da prisão, e Hermione não precisou fingir estar trêmula enquanto ele a guiava para o círculo de Comensais da Morte que os esperava. Com sua varinha de volta em sua posse, ela podia sentir sua magia correndo por ela. Não ajudou que a mão de Draco estivesse em volta do pulso dela. Parecia positivamente indecente.

Se algum deles notou sua tremedeira, ou a maneira como ele a segurava, eles não disseram nada. Na verdade, os outros Comensais da Morte pareciam estar olhando para longe dela.

- Estamos começando em Hatfield Forest. A partir daí, vamos nos reagrupar pela manhã e começar a procurar por Potter. Nem é preciso dizer, mas se você o encontrar, deve trazê-lo para mim vivo e inteiro. Está claro?

Os Comensais da Morte assentiram em aprovação e, com isso, Draco deslizou sua mão mais para baixo e uniu seus dedos firmemente. Ao redor deles, os Comensais da Morte desaparatavam em nuvens de fumaça. De maneira semelhante, Draco colocou o outro braço em volta da cintura dela, virou-se e então eles foram cercados pela escuridão novamente.

Assim que aterrissaram na floresta, Draco a colocou em silêncio no topo do espaço que ele havia escolhido para a barraca, que ficava bem longe de onde os outros haviam pousado. Enquanto ela tentava manter a cabeça baixa, ela avistou outros vampiros por entre as árvores. Eles pareciam horríveis em comparação com a última vez que os tinha visto, a maioria deles estava muito fraca para fazer mais do que ficar com as mãos e os tornozelos algemados juntos, cabeças baixas e corpos caídos. Em seus rostos, eles usavam não apenas máscaras, mas também vendas.

Ela sentiu-se balançar e teve que apoiar as mãos nos joelhos para não cair. Era covarde, ela sabia, afastar-se dos outros, mas Hermione sabia que não aguentaria vê-los por muito mais tempo. Pronta para implorar de joelhos aos pés dele, ela queria perguntar se Draco a deixaria ficar dentro de casa com ele ao invés de ficar amarrada a uma árvore como um cachorro.

Bem à sua frente, ela ouviu o inconfundível ondular do tecido e, quando olhou para cima, descobriu que Draco estava guiando a barraca para a posição. Era extraordinariamente alta e a lembrava mais de uma casa de verdade do que de uma tenda. Havia janelas por todos os lados e uma porta de madeira adequada na frente que parecia pesada demais para ser sustentada por paredes de lona.

Ele chamou a atenção dela quando a barraca se expandiu totalmente e se firmou no chão, um pequeno sorriso no rosto com a expressão impressionada dela.

- O que você acha Granger? É um pouco pequena, na minha opinião.

Ela apenas ficou boquiaberta com ele, as mãos ainda nos joelhos:

- Você está brincando?

Pareceu-lhe então que ela não estava de pé, e ele caminhou para o lado dela, olhos arregalados e mandíbula aberta:

- O que há de errado? O que aconteceu?

Hermione apontou cegamente para trás dela, de volta para o vislumbre dos outros que ela conseguiu ver através das árvores grossas:

- Eu estou sendo vendada também?

Draco olhou para cima, um olhar confuso em seu rosto:

- Vendada? Oh. Oh. Não, Granger. Eles não são... er, não é o que parece. As tiras são finas o suficiente para que eles possam ver através delas.

- Porquê...? - ela começou, mas ele balançou a cabeça e a interrompeu:

- Aqui não. Venha para dentro comigo e podemos conversar mais livremente - ele ofereceu-lhe a mão novamente e, quando ela a aceitou timidamente, ele a puxou pela porta de madeira.

Cinzas e Poeira - TRADUÇÃOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora