Capítulo 8

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***Avisos: tortura, interrogatórios, violência, sangue e sangue, uso impróprio da focinheira como método de automutilação, recusa de alimentação, saúde mental/física debilitada em geral***

- Tire isso - A voz de Draco ecoou não apenas na sala de interrogatório, mas também em sua mente, o que era terrivelmente perturbador. O comando era forte, apesar de não ter sido usado por tanto tempo, e ela não ousou tentar ignorá-lo para não ter o inferno amaldiçoado fora dela. Hermione estendeu a mão e removeu a máscara, os olhos fixos em uma Hannah Abbott muito ferida. A visão dela sozinha fez com que toda a respiração a deixasse.

Um mês inteiro se passou e ela teve que começar a morder as pessoas novamente, uma vez que eles deixaram todo o pessoal interno que precisava ser torturado. Uma vez que isso aconteceu, ela viu todo mundo, desde colegas de classe anteriores, o que era horrível, até funcionários do Ministério, que eram mais fáceis de gerenciar. No último mês, ela começou a ficar insensível a todo o processo. Ela também não tinha visto nenhum outro vampiro, já que Draco estava apenas fazendo com que ela fosse trazida de e para as salas de interrogatório diretamente.

Ela, Hannah, parecia horrível quando Hermione entregou sua máscara para Draco. Eles tiveram o cuidado de não se tocarem. Os olhos de Hannah estavam inchados e vermelhos e sua pele tão, tão pálida. Seu cabelo estava emaranhado em um rabo de cavalo frouxo e suas roupas estavam tão rasgadas quanto as de Hermione quando ela chegou à prisão. Hannah ainda estava em seu uniforme escolar, o emblema de Hogwarts salpicado de sangue seco. Na verdade, era o único local que não havia sido completamente limpo. Hermione podia ver que seu nariz estava quebrado por causa do hematoma, mas como todos os outros que eles interrogaram até agora, nenhum sangue era visível.

- Comece com um, vamos ver onde isso nos leva.

O medo a encheu, mas ela se moveu de qualquer maneira, seu corpo assumindo o controle enquanto sua mente começou a vagar. As outras pessoas da escola que ela interrogou nunca eram pessoas que ela realmente conhecia, apenas rostos familiares que faziam seu peito doer. Hannah, no entanto, era um rasgo em seu peito.

Parecia que ela era uma extensão de Draco enquanto se movia, e isso a deixou doente. Como se estivesse se observando do outro lado da sala, ela abaixou a cabeça e rapidamente afundou os dentes no ombro de Hannah. Este era um local fácil para ela alcançar quase todo mundo, e ela ouviu outro Comensal da Morte dando risadinhas para Draco que era sua 'assinatura' agora.

Hannah gritou, seu corpo empurrando de lado contra os dentes de Hermione com tanta força que rasgou seu ombro do trapézio até o meio do pescoço. O sangue estava jorrando dela, e seus gritos contínuos não faziam nada além de forçar mais a cada respiração. Ela estava gritando por sua mãe.

Congelada, Hermione só podia ficar em cima dela, obrigada pelo comando de Draco a mordê-la apenas uma vez. O cheiro do sangue de Hannah, lilás e cardamomo, a fez balançar enquanto o frenesi tentava tomar conta.

Seu comando manteve-se forte. Tudo o que ela podia fazer era olhar enquanto o sangue fluía tão livremente.

- Você já fez o suficiente, volte - o novo comando tornou mais fácil tropeçar para trás na parede novamente, sua mão cobrindo o rosto para tentar bloquear o cheiro. Os gritos de Hannah se transformaram em soluços, em nada, e seu rosto pálido ficou frouxo quando ela desmaiou.

Hermione queria gritar e soluçar também. Suas entranhas pareciam estar fervendo, cada centímetro se amassando e morrendo como se fossem tocadas por uma chama aberta. A dor foi tão intensa que ela não sentiu quando seus joelhos se dobraram e bateram no chão duro. Se ela estivesse ferida, ela se curaria, mas mesmo sendo o que ela era não consertaria esse tipo de destruição emocional. No fundo de sua mente, ela registrou o rasgar de si mesma, como longas fitas sendo rasgadas uma de cada vez. A sala brilhou na frente dela, o vermelho penetrou em sua visão enquanto o frenesi lutava contra seu comando, Hermione podia sentir-se rasgando por dentro.

Cinzas e Poeira - TRADUÇÃOWhere stories live. Discover now