Capítulo 4

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Castelo de Chambord, França.

Désirée teve o infortúnio de uma bela enxaqueca após uma conversa nada agradável com seu futuro noivo. Estava deitada em sua cama, com um pano úmido de água morna em sua testa.

— Não acredito que você disse isso a ele. — Mary comentou, enquanto abanava a princesa como uma espécie de leque.

— Talvez eu tenha sido grosseira, mas não vou aceitar de forma alguma, alguém tentando ameaçar meu reinado. — Désirée respondeu, tirando o pano da testa.

— Eu entendo, mas não acha que isso vai acarretar mais uma crise diplomática? — a dama de companhia pergunta.

Désirée grunhiu, ao sentir os respingos de água caindo em seu colo.

— Provavelmente sim, vou ter que conversar sobre isso mais tarde com James.

Antes que Désirée pudesse terminar sua frase, as portas de seu quarto foram abertas pelo seu pai.

— Papai, sei que é o rei e pode entrar onde quiser, mas não custa nada bater na porta antes de invadir meu quarto. — a menina reclama.

— Lady Mary, se puder sair, preciso conversar a sós com minha filha. — o rei ignora completamente o que a princesa disse.

A dama de companhia sai, deixando pai e filha sozinhos.

— Désirée, onde raios você está com a cabeça? Fiquei sabendo da sua discussão com James.

— Não foi uma discussão.

— Então foi o que? Minha filha, você sabe como desaprovo seu comportamento explosivo.

— Ele disse com todas as letras que a Escócia pretende colocá-lo como rei legítimo, isso quer dizer que pretendem tomar a França, usando-me como ferramenta para o golpe. — a ruiva começa a se desesperar.

— Minha filha, você é minha herdeira. Você é meu sangue. Não irei permitir que nada, nem ninguém impeça seu reinado. Você é a única que irá governar nossa nação após minha partida. Você é a França. Preciso dizer que como teu pai, me orgulho da sua garra em defender sua coroa, não esperava outra atitude vinda de você, mas como rei, preciso alertar-te que momentos de explosão são perigosos. Paciência é uma virtude. — o rei segura a mão de sua filha, acariciando-a.

Désirée funga, segurando uma lágrima teimosa que insistia em descer. Esses momentos foram muito importantes para a menina. Depois que perdeu sua mãe, sentia-se muito sozinha, ter momentos em que seu pai afirmava que sentia orgulho dela.

— Pai, sei que não sou o filho homem que tu e minha mãe tanto desejavam para ser seu sucessor, mas eu te prometo, meu pai, que serei a primeira e maior rainha que a França já viu. Conquistarei mais territórios, farei o possível e impossível pelo nosso país. Te prometo meu pai, farei jus ao nosso nome. A dinastia Valois prosperará. Nada nem ninguém vai me impedir. — Désirée enxuga uma lágrima, e diz determinada olhando para seu pai.

— Désirée, sua mãe morreu tentando dar-me um herdeiro, e por muito tempo, pensei que seria necessário, mas você é muito mais do que eu jamais pude sonhar. Sinto pena que não poderei ver-te governar vivo, mas com certeza, estarei ao lado de Deus, acompanhando cada passo seu. — o rei Charles puxa a menina para um abraço e ela corresponde.

A princesa sentia falta de ter uma relação mais próxima de pai e filha realmente, por isso apreciava esses instantes em que parecia era apenas uma garota normal recebendo conselhos de seu pai.

— Agora, como futura rainha, vá e trate de acalmar os ânimos daquele garoto, estava me dando nos nervos vê-lo reclamar. — Charles deixa um beijo na testa da garota, e incentivando-a ir atrás de James. Désirée dá risada e concorda.

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