Desejada

Capítulo 16

16 de maio de 1518, Paris, França.

Após a coroação, Rainha Désirée e sua caravana deixou o Castelo de Chambord e partiu rumo à França para se apresentar aos seus súditos, que esperavam ansiosamente para conhecer sua nova rainha. O caminho foi rápido já que o castelo fica próximo à capital francesa.
Désirée se instalou temporariamente no Castelo de Fontainebleau, palácio no qual ela nasceu.

A visita foi, em sua grande maioria boa, Désirée foi ovacionada por súditos fiéis que a acolheram muito bem, pois era filha de Charles II e seu pai era muito querido pelos franceses, no entanto, foi informada que havia um certo grupo de pessoas que achavam inadmissível uma mulher governar um país legitimamente, sem a presença de um homem para mandá-la.

Todavia, a jovem rainha não se preocupava com seus opositores, ela tinha inimigos maiores ao seu lado e não seria uma dúzia de homens bêbados e barbudos que seria capaz de derrubá-la.

— Vossa Majestade, com licença — um criado bate na porta. — Seu noivo, príncipe James deseja falar com você. Insistiu que entraria, mas como a senhora foi extremamente categórica que gostaria de descanso, não permiti.

Désirée estava repousando na suíte real, por conta dos acontecimentos dos últimos dias, tinha se esquecido completamente que estava noiva.

— Deixe que entre. – respondeu a rainha.

Por mais que a garota quisesse a paz de ficar por algum tempo sem ser importunada por ninguém, agora era a rainha, não existia a possibilidade de ter paz.

James entra no quarto, fazia uns dias que a menina não o via, ou melhor, reparava nele.

— Vossa Majestade — ele se curva.

— Não precisa me chamar assim.

— Eu não sabia como me referir a você, faz tempo que não nos falamos.

— Realmente, as coisas estão bem difíceis nos últimos dias.

— Eu sei, sinto muito por isso.

— Não tem problema, um criado disse que queria falar comigo, o que foi, James?

O menino faz uma pausa.

— Não sei se é a hora adequada de me referir a isso, mas você é a rainha agora, então... — mais uma pausa dramática.

— Então...? — Désirée o incentiva.

— A Escócia foi brutalmente atacada de novo. A Inglaterra enviou mais tropas e estão destruindo tudo na costa, os rumores dizem que planejam ir até Edimburgo e matar meu pai. — a voz de James é vacilante.

Désirée suspirou. A palavra "matar" ecoa em sua mente. A Inglaterra planejava matar o rei da Escócia, não demorou nem meio segundo para que os pensamentos dela voltassem ao cozinheiro dizendo que viu Henry sair de dentro do quarto de seu pai horas antes dele ser encontrado morto.

Durante os dias, a garota evitou pensar na possibilidade de Henry ser o assassino de seu pai, mas quanto mais os dias passavam, mais parecia que ele tinha algo a ver com isso.

— Eu vou mandar um terço das tropas francesas para a Escócia. Avise ao seu pai que a França irá colaborar com o que for preciso. — proclamou a rainha.

— Obrigada, minha rainha. A Escócia será eternamente grata a você. — James se ajoelha, beijando a mão da rainha.

O rapaz deixa o quarto para que finalmente Désirée pudesse descansar e ela sabe que assim que ouvir o barulho da porta se fechando, uma guerra entre França e Inglaterra estava prestes a começar.