Capítulo 19

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1 de junho de 1518, Castelo de Chambord, França

Désirée estava sentada em seu trono, ouvindo alguns criados repassarem o cardápio de seu casamento pela enésima vez no dia.

— Vossa Majestade, preciso que a senhora venha até meu ateliê antes do chá da tarde. Preciso fazer uns últimos ajustes em seu vestido. — comunica a costureira.

— Estarei lá às três em ponto.
Tinham muitos detalhes a serem acertados antes da cerimônia, Désirée estava ficando tonta com tantas pessoas falando ao seu redor ao mesmo tempo.

— Vossa Majestade, a senhora gostaria que fosse servido camarão? — pergunta uma cozinheira.

— Acho melhor não. Não quero nenhum convidado com reação alérgica em meu casamento.

— E quanto às flores, Vossa Majestade? Girassol, flor-de-íris, rosas? Ou talvez lírios e narcisos?

Antes que a rainha pudesse responder, James seu noivo apareceu no saguão.

— Tenho certeza, meus senhores, que vocês têm muito o que conversar com minha mulher, entretanto, preciso conversar com ela. Escrevam suas dúvidas em um papel e peçam que deixem no gabinete de Désirée, até o final do dia, Sua Majestade terá respondido a todos. — James anuncia e todos os criados assentem, se curvam e deixam os dois a sós.

— Por Deus, não sei nem como te agradecer por isso, eles estavam me deixando maluca.

James sorri.

— Não precisa me agradecer, pensei em dar uma volta no jardim? Gostaria de ir comigo?

Désirée concorda e os dois saem para o jardim.

O clima estava agradável, o céu azul sem nenhuma nuvem, apenas o calor pungente dos raios solares do quase fim da primavera, iluminavam o dia e aquecia a pele. Não havia época melhor para um casamento do que essa.

— Estou feliz por nós. — James puxa assunto, ele sempre fazia isso. — E orgulhoso de você também. Você tem sido tão forte nos últimos dias, nem como te agradecer pelo que fez pela Escócia.

— Não precisa agradecer, você é meu futuro esposo e era meu dever como rainha zelar pelo país que faz parte de nossa aliança. — Désirée sorriu timidamente.

A rainha suspirou lembrando de como foi a tomada de decisão do casamento e como todos os conselheiros reais haviam dito que ela estava ficando doida em se casar no meio de uma guerra que ela tinha começado.

E talvez, Désirée tenha agido por pura inconsequência, quando ficou sabendo que as tropas francesas conseguiram abater cerca de vinte homens ingleses, o primeiro impulso que ela teve foi de chamar James e marcar a data do casamento. E agora ela tinha que lidar com a consequência de seus atos.
A garota via James se esforçando ao máximo para que eles se aproximassem, Désirée apreciava isso, mas não era tão fácil assim, não era como se pudesse surgir um sentimento entre os dois, só porque James tentava muito.

— Hoje é um dos últimos dias que vou te ver, depois será no altar.

— Mal posso esperar por isso. — Désirée mentiu. Desde que se tornou Rainha descobriu várias habilidades que ela não sabia que tinha, mentir era uma dessas.

— Tenho certeza que dia de nosso casamento será um dos melhores da nossa vida.

O jovem casal caminhou por mais algumas milhas até chegar em uma mesa, James puxou a cadeira para que Désirée se sentasse, e sentou-se em frente à ela.

— Meus pais devem chegar na véspera, mamãe mal pode esperar por ver você. Ela disse estar ansiosa para ver como você está depois de dez anos e agora como rainha. — James falou.

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