Capítulo 8

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Castelo de Chambord, França.

A orquestra tocava uma música calma, quando Désirée entrou no salão, ganhando a atenção de todos ao seu redor. Todos se curvaram diante dela, conforme a princesa ia caminhando por entre as pessoas.

Désirée parou ao lado da mesa de comidas, roubando um morango para comer; estava faminta.
Observou a festa que estava animada, alguns casais dançavam, outras pessoas bebiam e comiam, outros ficavam atentos a tudo para criar fofocas depois, no caso, George estava do outro lado, de olho em cada movimento. A garota apenas acenou com ironia, e pegou uma taça de vinho para se servir.

Désirée procurou com os olhos por alguém que ela sabia que não devia procurar, mas era inevitável não buscar a presença de um certo príncipe inglês pelo salão. Ela sabia que estava indo por um caminho que lhe traria diversos problemas.

Encontrou-o encostado em uma pilastra marmoreada com um copo de whisky na mão, parecia estar entediado enquanto Miss Phillipa de Borgonha – filha do Visconde de Borgonha – tagarelava.
Désirée sentiu-se ligeiramente incomodada com a cena, Phillipa tocava no rapaz toda vez que falava, não parecia uma conversa, já que somente a senhorita falava e o príncipe apenas acenava positivamente ou negativamente.

A princesa não conseguia parar de olhar, sentia vontade de ir até lá e tirar o príncipe da situação, mesmo sabendo que jamais faria isso de verdade. Até que Henry finalmente se desvencilhou das garras da moça louca para se casar. Désirée não pode conter o sorriso, ao ver o inglês deixando Phillipa sozinha, indo para outro lado do saguão.

Pensou em segui-lo, porém não seria de bom tom, queria conversar com ele e dizer para manter distante da família Borgonha, porque eram alpinistas sociais, desesperados para casarem suas filhas com herdeiros reais, só que isso não era de sua conta. Se o príncipe quisesse se casar, não seria por conta dos conselhos dela, que não o faria.

Continuou no mesmo lugar, até que seu futuro quase noivo, chegou ao seu lado.

— Você está bonita. — James a elogiou.

— Obrigada, você também está. — Désirée sorriu, devolvendo o elogio.

— Não nos falamos muito hoje... — o escocês tentava a todo custo não deixar o assunto morrer.

— Peço perdão, passei grande parte do dia todo me preparando para o baile, e no restante, optei por descansar um pouco. — a garota achou pertinente omitir o momento que tivera com o príncipe Henry no estande de tiro ao alvo.

Como de praste, o assunto entre os dois não rendia mais do que duas perguntas. No entanto, estavam acostumados a lidar com o grande silêncio constrangedor que insistia em ficar entre eles.

Ficaram parados um ao lado do outro, como deveria ser. A futura rainha da França e seu consorte, o futuro rei da Escócia. Quem via de fora, achava até que poderiam formar um casal bonito, mesmo que não tivessem nenhuma chama acesa de desejo entre eles, principalmente da parte de Désirée, era como deveria ser, apenas um casamento de interesse.

— Quer dançar comigo? — James perguntou.

A princesa assentiu, o acompanhando para o meio do salão.

Uma valsa embalava a dança dos dois, que rodopiavam pelo salão, tomando atenção de todos os convidados que pararam o que estavam fazendo para ver o futuro casal dançar.

Henry estava no fundo do salão, tinha o punho cerrado, não conseguia mesmo entender porque diabos ela tinha que se casar com aquele paspalho de James.
Tudo bem, Henry sabia que estava sendo injusto, ele nem ao menos conhecia o rapaz, mas era difícil aceitar que pretendiam unificar aliança com um país quebrado como a Escócia.

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