Desejada

Capítulo 7

Castelo de Chambord, França.

Ser discreto estava no topo de coisas que Henry não era. Ele já tinha sido alertado várias vezes que sua inabilidade de disfarçar suas expressões faciais, ainda seria um grande problema para ele.
Durante todo o chá da tarde com a realeza francesa, ele se forçava a não revirar os olhos toda vez que o príncipe escocês abria a boca.

Como poderiam ter escolhido ele para casar com a princesa? A Escócia já estava afundada em dívidas, fora que o rapaz parecia um figurão.

— Você se lembra de seu propósito aqui, não sabe, Henry? — Lorde John, puxa assunto, enquanto faziam uma caminhada pelo jardim.

— Não entendi sua pergunta.

— Você sabe que seu forte nunca foi esconder seus sentimentos através de suas expressões faciais...

— Pare. Antes mesmo de começar. Pare com isso.

— Henry, eu sei o quão bela a princesa Désirée é, mas você tem que entender que ela está prometida ao príncipe James desde os 10 anos de idade.

Henry dá uma risada irônica. Se Lorde John não tivesse participado de sua criação ativamente como um pai, poderia jurar que iria esmurrá-lo.

— Eu sei muito bem o meu propósito aqui, John. Estive esperando minha vida toda por essa oportunidade. E já que tocou no assunto da princesa Désirée, acho essa aliança da França com a Escócia uma completa idiotice, se quer saber.

— Nem vou perguntar o porquê.

Henry preferiu não dizer mais nada sobre o assunto, apenas anunciou que iria procurar algum lugar para treinar arco e flecha.

O garoto estava irritado, poderia tranquilamente ofender qualquer pessoa que passasse em sua frente.

A Inglaterra sempre foi e sempre será sua prioridade. E alguém duvidar que ele não sabia de seus deveres enquanto príncipe. Henry sabia muito sobre diplomacia, seu pai o ensinou desde pequeno. O fato dele achar a aliança entre França e Escócia ruim, era fruto do aprendizado de seu pai.

O loiro carregava consigo suas flechas e seu arco, e depois de andar um pouco, encontrou uma área aberta com vários alvos. Ficou feliz, porque treinar o deixava aliviado quando alguma coisa o irritava, e amanhã começaria o torneio. Ele queria mostrar a todos o poder da Inglaterra.

Se posicionou a alguns metros de distância do espantalho com um alvo vermelho no centro, puxou sua flecha o máximo que pode e então soltou. Atingindo em cheio o alvo. Sorriu satisfeito.

— O senhor é bom nisso. — quase teve um ataque cardíaco com uma voz feminina vindo atrás dele.

— Princesa, quase matou-me de susto. Não a vi chegar.

— Desculpe-me, estava passando por aqui, quando vi você atirar tão bem, fiquei impressionada. Vai se sair muito bem no torneio amanhã.

— Obrigado. Eu treino isso a minha vida inteira. Espero conseguir demonstrar um pouco de minhas habilidades amanhã.

— Tenho certeza que sim. Aliás, pode continuar treinando, já estou de saída.

— Fique. Quero dizer, você não me atrapalha, se quiser assistir mais um pouco de meu treino, será bem vinda.

Silêncio. Não era constrangedor, muito pelo contrário, era confortável. Henry continuou atirando suas flechas bem no meio do alvo, e Désirée comemorava toda vez.

Ela era uma boa companhia, apesar de não terem assunto nenhum, já que mal se conheciam, mas era agradável tê-la por perto.

— Você pratica algum esporte? — Henry perguntou.