Capítulo II

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Dante Mancini Bianchi

Saio da sala ao comando de Isabella, sei que parece ser patético um homem como eu atendendo ao seu pedido, porém não consigo ser diferente, não com ela. A casa está em completo silêncio e sinto minha cabeça a um passo do colapso.

Entro no escritório do Mattia, mas ele não está. Claro, ela mentiu para me tirar de lá, estamos falando da Isabella, sua bondade chega a ser irritante às vezes. Desconsidero que estou em terreno inimigo e vou até o bar servindo uma generosa taça de negroni, minha cabeça já está ferrada mesmo.

Eu não vou conseguir manter minha calma ao lado da Munhóz, é nítido seu cinismo, até a forma como fala é deboche. Eu não consigo acreditar que realmente me uni a uma pessoa dessas sem escrúpulos algum. Que porra eu ter me relacionado a essa mulher! Viro o copo já sentindo o líquido descer facilmente, acho que esse deve ser o centésimo copo de bebida da noite.

E não estou brincando, minha tolerância já cede a tontura, retiro os botões da camisa, jogo os sapatos em qualquer lugar e me espalho pelo sofá vintage de couro marrom, com toda a certeza amanhã serei acordado com uma arma em minha cabeça, mas quer saber? Seria melhor do que dormir no mesmo quarto que aquela mulher.

-O que você pensa que estava fazendo, Dante? (A voz da Isabella ecoa pelo cômodo e foco meu olhar em seu corpo ao lado da porta. Minha cabeça lateja a um nível surreal, eu realmente bebi além do permitido para um humano.)

-O que você quer Isabella, por hoje já deu. (Digo ríspido.)

-Já deu? Você acha que eu não vi a cena ridícula lá embaixo? Quem é você Dante?

(Ela para e me olha, seu rosto exala pura preocupação, mais que droga!)

- Não me importa quem ela é ou deixa de ser, a partir do momento que se casou ela se tornou a porra da sua responsabilidade.

(Sua voz está trêmula, ela parece estar desesperada, abro os olhos e a encaro, enquanto ela continua falando nervosa.)

-Pelo que me lembro o código de honra da família diz claramente sobre violentar o corpo de uma mulher daquela forma. Você não pode fazer isso e achar que está tudo bem.

- E então o que eu deveria fazer, Isabella Fontana? (Digo frio, acho que agora o álcool já alcançou 100% no meu organismo.) Eu devo deixá-la em paz e investir na esposa do meu irmão?Talvez isso seja melhor! Eu arriscaria minha vida por isso, é isso que quer?

(Me levanto de imediato e a vejo dar um passo para trás.)

- Não Dante, eu só não quero ver o inferno que fiz da sua vida, acha que me sinto bem ouvindo os insultos de vocês, nitidamente a pior coisa que poderia ter acontecido era esse casamento. Seus pais não estão felizes, o Mattia parece estar a qualquer momento em alerta, até o Pietro não está bem com essa situação, sem falar de você.

(Lágrimas caem dos seus olhos, porra Dante, esse é o motivo do seu desespero, ela está se sentindo responsabilizada.)

-Nada disso é sua culpa Isa, (me aproximo dela) eu já falei. Se houver um culpado, esse sou eu. Não se sinta culpada por existir, você foi um presente nessa família.

Tiro seus fios loiros do rosto e ela se assusta indo para trás, mas a parede já marca seu limite. Sua respiração está acelerada, ela está tão perto de mim, eu daria tudo para sentir pela última vez o gosto dos seus lábios, daria tudo para sentir o seu perfume, fazê-la sentir apenas um pouco do meu sentimento, como eu gostaria que o mundo parasse nesse exato momento e nos dessem 15 minutos, só quinze para mostrá-la o quanto eu posso fazê-la feliz.

-Dante, você está muito bêbado. (ela me empurra e sai pelo lado, pego em seu braço e encaro seus olhos.)

- Eu só queria poder ter a chance de te amar, trocaria tudo na minha vida para ter o seu amor por 15 minutos.

Irmãos Mancini - Dante (DEGUSTAÇÃO)Where stories live. Discover now