Capítulo III

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Mia Munhoz Mancini

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Mia Munhoz Mancini

Me chamam de louca, demônio, obsessiva, o terror da Itália, mal amada, maluca, psicopata, vaca... Acho melhor parar, ou ficaremos apenas nos inúmeros adjetivos que recebo todos os dias.Tenho certeza que você também já deve ter me insultado por aí, está tudo bem, eu não guardo rancor seu, apenas deles: Os Mancini.

Nossa história começou há exatos 5 anos atrás, quando a notícia de Cassiano chegou até mim, me lembro como se fosse hoje, estava na cozinha com a mamãe quando Victor entrou em choque, seus olhos me encaravam com culpa, remorso e tristeza.

Me lembro de levantar assustada e questioná-lo o que havia acontecido, mas ele não conseguia falar.

Eu sabia que algo sério havia ocorrido, seus olhos me encaravam culpados. Ele não conseguia me dizer, sua voz desapareceu.

Corri até o papai, seu rosto estava sério sem nenhuma expressão, tudo me dizia que algo grave aconteceu.

- Onde está o Cass?

Foi minha única pergunta, para falar verdade não o ver já era um sinal e eu sabia que algo não estava bem, eu tinha certeza, mas implorei para me contarem, sinceramente? Eu queria ouvir que tudo não passava de uma brincadeira, que ele estava lá fora trabalhando em algo, mas não, não foi assim.

Tudo se quebrou em pedaços ao ouvir a voz do papai dizendo que ele estava morto, eu não consegui sair do lugar, como um corpo lançado no oceano, me senti afundando, e a cada segundo caia em um abismo mais profundo, a pressão em meu peito parecia esmagar minha alma, o sangue naquele momento pareceu parar de bombear e entrei na escuridão do meu ser.

Estava em choque, não podia ser verdade, não era! De todas as pessoas ao meu redor, ele foi o único humano que conheci, o único capaz de sentir alguma coisa nessa droga de vida mafiosa, ele me ensinou a viver e valorizar minhas conquistas, me ensinou a amar e ser amada, eu não estava preparada para perdê-lo, eu não poderia.

Parece bobagem para você?

Pense em viver dentro de uma família que busca apenas uma coisa: Poder. Nada além do poder podia saciar os Munhoz, meu pai nem mesmo olhava na cara dos filhos, não sei se estávamos morando no mesmo local ou compartilhando um mesmo abrigo, nós nunca fomos uma família.

Era tudo frio e cinza na minha vida, eu não podia falar, me expressar e nem dar minha opinião para nada, era completamente proibido, até que aos meus 12 anos um menino apareceu, ele trazia medo no olhar, seus olhos eram fundos, seu corpo magro e arranhões eram dignos de pena.

Mamãe me contou que seus pais eram pessoas ruins e nossos homens o resgataram da rua para treiná-lo, ele nem mesmo parecia ser um adolescente e sim uma criança de tão magro.

Aos poucos sua imagem começou a fazer parte da minha vida, a cada café da manhã no jardim, ele estava lá com um terno preto observando em silêncio, era tão engraçado ver um seu pequeno corpo naquelas roupas.

Irmãos Mancini - Dante (DEGUSTAÇÃO)Where stories live. Discover now