5 - Hakuna Matata

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N.A- ESSA PERSONAGEM PODE SE PARECER UM POUCO COM UMA DE TWD, MAS NÃO FOI, DE TODO, PROPOSITADAMENTE. APENAS IMAGINEI ELE ASSIM, COM UMA BESTA E UMA MOTO, MUITO NO ESTILO FORA DA LEI, SEM MEDO DE NADA E MUITO PROTETOR.

Dia 15 Depois do apagão

10:00 da Manhã

Ele correu o mais que conseguiu, segurando a mochila em um ombro e a besta na mão. Escutava elas atrás de si, correndo e batendo os dentes daquela forma ameaçadora. Uma delas fez aquele som muito semelhante a um riso sinistro e ele revirou os olhos.

- Ainda fica rindo, filha da puta!

Tirou a mochila do ombro, deixando cair no chão, segurou a besta com as duas mãos e parou de correr, girando e ficando de frente para suas seguidoras.

Elas surgiram ao virar da esquina, parando e encarando ele, fazendo aquele som idiota, e ele mirou a cabeça de pelo menos uma, a maior.

- Vem cá, vamos brincar de Simba. Scar já foi, né?

Elas balançaram as cabeças e Jared sorriu torto.

- Hienas. - Uma delas começou a correr, fazendo a outra segui-la, e ele respirou fundo, com o dedo no gatilho. - "Hakuna Matata". - E atirou, fazendo uma flecha se espetar na cabeça de uma delas.

A outra hiena pulou sobre ele, mas Jared ergueu a besta e bateu com ela na sua cabeça, sentindo algum sangue cair sobre o seu rosto. Depois se curvou um pouco, respirando rápido, e regressou na posição inicial, olhando os animais mortos.

Chegou perto da última e tocou com a ponta da bota, conferindo se ela estaria realmente morta. Depois foi até á outra e retirou a flecha, sacudindo o sangue, limpando a ponta nos jeans e colocando de volta no lugar.

Respirou fundo e olhou elas. - Fiquem aí. - Deu as costas e se afastou, indo na direção da mochila e pegando ela.

Fez o caminho inverso e entrou em um bar onde costumava passar, antes e depois do apagão. Entrou e olhou as fotos nas paredes, dos inúmeros clientes. Acenou com a cabeça.

- Pessoal.

Colocou suas coisas em cima do balcão, deu a volta e retirou uma cerveja e olhou ela.

- Cerveja quente... - Deu de ombros, sentou em uma cadeira e colocou os pés em cima da mesa, bebendo um gole. - Misericórdia, que coisa horrível. Mas dá para os gastos, fazer o quê?

Ficou ali, olhando a janela, o sol brilhando lá fora, bebendo aquela cerveja quente e pensando, que era algo que fazia com muita frequência, principalmente depois de todo o mundo cair morto no chão sem razão aparente.

Perdera todo o mundo, não que tivesse uma grande familia e imensos amigos, nada disso. Na verdade Jared era o oposto. Vivia com seu velho e sua irmã, perdera a mãe e o irmão ainda criança. Os amigos... Bom, Jared não tinha nenhum que pudesse realmente chamar de amigo, eram mais conhecidos.

Passava seus dias trabalhando, carregando e descarregando caminhões. Sua irmã trabalhava num supermercado, e os dois, levavam dinheiro para casa, metade para comida, metade para a medicação do seu pai. Nos dias que não trabalhava, Jared seguia direto para a floresta, passando seus dias caçando ou simplesmente, perambulando por ali.

Não era o tipo de pessoa amigável e simpático, mas protegia os seus com a sua vida... Pelo menos até eles terem caído para o lado assim, do nada, bem como toda a gente naquela cidade e, possivelmente, no mundo.

Terminou a cerveja e levantou, dando a volta no balcão, colocando a garrafa dentro de um balde já cheio e olhou uma foto enorme, de um cara sorrindo, abraçado a um cantor qualquer. Ergueu dois dedos e levou na testa.

- Até amanhã, Bruce. 

Pegou suas coisas e saiu do bar, olhando para os dois lados da rua. Não entendia porque fazia aquilo, como se alguma coisa fosse aparecer, ou alguém, num mundo vazio, onde hienas perseguiam pessoas. Bom, pelo menos aquelas estavam mortas e não iriam perseguir mais ninguém.

Jared atravessou a rua e parou junto de uma pick up, com uma moto em cima, colocou suas coisas dentro da viatura e entrou, dando a partida e seguindo em direção a casa.

Dirigiu devagar, com o braço do lado de fora da janela, sentindo o vento no seu rosto.

Assim que chegou no seu destino, tirou suas coisas e colocou dentro de casa, regressando na rua e tirando a moto da pick up, estacionando do lado desta. Olhou ela, abaixando. A peça que fora procurar se mantinha no lugar, o que significava que ele fizera um bom trabalho.

Entrou em casa e colocou a chave em cima do móvel da entrada.

- Cheguei, gente! - Gritou, mas depois parou. - Ah é... Não tem ninguém.

Suspirou, olhando em volta, e depois voltou na sala, pegou a besta e saiu pela porta das traseiras, indo em direção da floresta. Mas parou antes de sair do jardim de trás, franzindo o cenho.

Tinha um som diferente ali, um som metálico. Algo como um zumbido.

Jared olhou em volta, procurando, mas sem nada achar.

- Hum. - Avançou e entrou na floresta. - Vou já avisando que se forem extraterrestres, vou abrir a cabeça de cada um de vocês! Vão procurar outro mundo para sacrificar, esse já era! Não vem tirar o que resta da minha paz, filhos de uma égua morta! Sou apenas um zé ninguém de 30 anos, me deixa em paz, curtindo minha aposentadoria precoce.

Desviou um galho de uma árvore e seguiu seu caminho.

- Pffff, era o que estava fazendo falta, uma invasão de verdinhos, agora.

Quando começou a escurecer, Jared voltou para casa, colocando a besta na sala e indo na cozinha. Abriu o forno e retirou o que sobrara do dia anterior, colocando na mesa e pegando um prato e talheres. Depois pegou uma cerveja e sentou.

Olhou o relógio por cima do pequeno bloco de notas onde sua irmã anotava o que era preciso comprar e suspirou. Antes, naquela hora, ele chegaria em casa e iria começar a preparar o jantar, que sua irmã ajudaria a terminar assim que chegasse, na maior bagunça e barulho, porque ela não sabia ficar calada. Nunca. Ao contrário de si.

Respirou fundo. 15 dias. 15 dias sem eles. 

Jared colocara eles na floresta, em duas covas, mas sentia a falta deles e das suas risadas, já que seu pai era exatamente igual sua irmã.

Assim que terminou de jantar, Jared arrumou tudo e subiu no quarto, tomando um banho gelado. Vestiu roupa limpa, deixando apenas seu tronco nu e definido, tipico de quem carregava cargas pesadas diariamente, sem camiseta. Se aproximou da janela e olhou a rua escura lá em baixo. Nunca imaginara passar por uma situação semelhante.

Abriu a janela, deixando o ar fresco entrar e se jogou na cama, colocando um braço atrás da cabeça. Se conseguisse dormir, seria uma sorte.


LegadoWhere stories live. Discover now