17 - Amigo

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Lauren

- Então... Quem vai entrar aí?

Olhei Murphy, revirei os olhos e puxei o lenço para cima, tapando o nariz.

Ele segurou o meu braço, me fazendo olhá-lo. - Espera.

Sorri. - Qual é, Murphy? É só a suite principal.

Tentei abrir a porta mas estava trancada. Ergui o pé e chutei, abrindo a porta e entrando, de arco pronto, mas parei.

O cheiro era horrível, já que tinha dois corpos na cama... Um em cima do outro. Inclinei a cabeça, olhando a cena.

- Bom, pelo menos foi uma forma legal de morrer. - Disse Murphy, do meu lado.

Olhei ele e revirei os olhos.

Me afastei, abrindo a janela e respirando fundo.

- Credo, vou vomitar o almoço. - Disse ele.

Eu ri, abrindo a mala sob o sofá grande.

- Você é estranho. Era o menino da mamãe?

Murphy riu. - Nem perto. Além disso, minha familia me abandonou depois que fui condenado.

Olhei ele e ele deu de ombros.

- Normal. - Falou.

- Lamento.

Ele entrou na sala do lado e escutei ele vasculhando as coisas.

Respirei fundo, Murphy deveria ter tido uma vida um tanto complicada.

- Lauren.

Olhei ele e vi que ele tinha uma pulseira na mão. Ele se aproximou, olhando ela e depois virou ela para eu puder ver.

Era igual à que ele tinha, mas aquela tinha uma flecha desenhada.

Peguei e fiquei admirando ela. - Gosto mais dessa do que da sua.

Murphy sorriu. - Fica com ela. - Ergui o olhar e ele assentiu. - Sério.

Ergui o pulso e entreguei a pulseira para ele. - Me ajuda?

Ele assentiu e colocou a pulseira em mim.

- Obrigada. - Dei as costas e continuei vasculhando o quarto.

Achámos remédios, comida, bebida e roupas que poderiamos usar. Decidimos deixar a mobília daquele quarto para trás. Tendo em conta a posição dos corpos decompostos, eu nem queria saber onde aqueles dois tinham feito aquelas coisas.

Desci a escada, rindo e falando junto com Murphy, e dei de caras com Jared junto da porta, carregando um armário com Bill.

Ele me olhou, mas depressa afastou o olhar.

- Acharam alguma coisa? - Perguntou Bill.

Troquei um olhar com o Murphy e rimos os dois.

- Espera aí, Jared. - Disse o meu pai e colocaram o armário no chão. - O que tem assim tanta piada?

- Tinha um casal lá em cima. - Ergui o dedo. - Morreram... de uma forma curiosa.

Bill franziu o cenho. - Quê?

Murphy ergueu uma mão, fechada, e a outra apenas com um dedo esticado, que colocou dentro da mão que estava fechada, fazendo movimentos de vai e vem.

Não resisti e ri bastante, ainda para mais, depois de ver a cara que meu pai fez. Jared revirou os olhos.

Eles pegaram o armário de novo e eu toquei no ombro do Murphy.

- Pára com isso, é sério.

Andei até chegar na rua e vi Ashley com os óculos no rosto, sentada junto de Zeus e ergui dois dedos. A garota fez o mesmo e me sorriu.

LegadoWhere stories live. Discover now