33 - Te Odeio

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Murphy

Espreitou pela janela, vendo que Jared sumira, provavelmente seguindo as duas corças que passeavam pela avenida, aproveitando a vida sem saberem que estavam sendo caçadas.

Negou com a cabeça e voltou no que estava fazendo.

Puxou os fios com força, depois de desligar todos eles, e segurou a ponta entre os dedos, examinando ela. Sorriu. Pelo menos não estava queimada e serviria para colocar na prisão. A zona da cozinha ficara sem luz por conta de um fio queimado.

Enrolou o fio e colocou dentro da mochila, pegando e colocando no ombro.

Continuou seu caminho pela loja, vasculhando o que poderia ser útil. Achou um chocolate de leite e sorriu, pegando ele e jogando na mochila. Lauren iria amar.

Ashley pedira algo mais específico, mas ele não achara, ainda, as balas de frutas que ela descrevera, que tinham várias cores, um pacote verde e um nome que ele já nem lembrava por ser esquisito.

Andou mais na frente e parou, escutando. Franziu o cenho, parecia...

Murphy parou de andar, de respirar e de fazer qualquer movimento ou som, se odiando por não prestar mais atenção em seu redor. Fechou os olhos, respirou fundo e rodou muito lentamente, abrindo os olhos de novo.

Na sua frente, parado e de olhos fixos em si, estava um leão, que o olhava como se ele fosse um pedaço de comida.

Murphy sorriu torto. - Merda.

Esticou a mão e pegou a primeira coisa em que seus dedos tocaram, jogando para longe e fazendo o animal virar a cabeça. Murphy aproveitou a distração, e correu, tentando chegar na porta antes dele, mas com quatro pernas, era óbvio que o leão era mais rápido.

Avançou sobre ele e Murphy pulou para cima do balcão, mas o leão seguiu ele.

- Você não desiste? - Falou, correndo de novo.

Olhava para trás enquanto corria, vendo ele se aproximando e quando olhou em frente, só teve tempo de erguer os braços, protegendo a cabeça, antes de o seu corpo embater na porta de vidro.

O leão, sem tempo de parar, bateu nele, quebrando o vidro e projetando Murphy para a estrada.

Ele rolou pelo chão, sentindo os pedaços de vidro cortando seus braços e fechou os olhos, fazendo sons de dor, deitado de costas. Mas aí lembrou do animal e abriu os olhos, a tempo de ver ele se lançando sobre si.

Rodou para longe, fugindo das garras afiadas, pegou o machado que levava e levantou, correndo pelas ruas.

Olhou para os lados, esperando ver Jared. Não queria levar o animal faminto na direção do caçador, mas ele tinha uma besta e poderia mata-lo.

Enquanto corria, Murphy estava pensando em várias coisas ao mesmo tempo: achar o Jared, fugir do leão faminto e, de repente, sua mente lembrou de algo. Ele segurava um machado na mão direita.

Do nada, Murphy parou de correr, suas botas resvalando no asfalto e girou, ficando de frente para o animal que corria na sua direção. Abaixou, segurando o machado com as duas mãos, e quando o leão pulou, Murphy desviou alguns centímetros para o lado e deu balanço com as mãos, segurando o machado virado para cima e passando a lâmina afiada na barriga do animal.

Fechou os olhos, ainda na mesma posição, enquanto um mar de sangue e tripas caía sobre ele.

Depois abriu os olhos e se ergueu, vendo o animal no chão, fazendo grunhidos de dor e se arrastando. Em poucos segundos, o animal estava morto.

Murphy limpou o sangue do rosto, olhando ele, sua respiração acelerada, e sacudiu o sangue do machado.

E nesse momento, algo surgiu correndo na esquina do prédio, no fundo da rua, e vinha na sua direção.

LegadoWhere stories live. Discover now