- Oi. - Ele chamou a atenção dela que estava sentada no lounge da escola, com alguns papéis em cima da mesa.
- Oi, tudo bem? - Ela se levantou para cumprimentá-lo.
Deu sua mão para ele.
- Tudo bem.. E com o pequeno? E você?
- Tudo certo. Quer dizer.. Eu to me bagunçando um pouco. Eu não fazia muita ideia da rotina dele, você sabe, por sermos separados. Então to tentando me adaptar, adaptar a rotina dele, pra ele não sentir tanto assim.
Giovanna assentiu. Não sabia que eles eram divorciados.
- Eu trouxe o atestado pra Amora. Ela também marcou uma reunião com a psicóloga do Noá, então.. Acho que isso vai ser toda a ajuda que vocês precisam.
- Com certeza, pode ficar tranquilo.
- Ah, e tem a aula do sorvete, né? Muito legal. Ele ficou muito empolgado, não fala de outra coisa.
Giovanna sorriu.
- É, eu to tentando animar ele como eu posso. Achei que seria uma boa ideia.
- É uma ótima ideia. Não sei nem como te agradecer pelo acolhimento e por você se preocupar tanto com ele. - Alexandre confessou.
- Não precisa agradecer. Ele é um doce, e eu realmente faço o que eu faço por amor. Já tinha me apaixonado por ele muito antes de saber o que estava acontecendo, o que dirá agora.
Os dois foram para o vidro do lounge assistir enquanto Noá brincava com um colega de sala na recepção.
- Tenho vontade de sei lá. Chegar nele e pedir um abraço.
Alexandre riu baixo.
- Você pode pedir. - Ele encorajou. - Ele é muito amoroso, e evidentemente tá sentindo falta do afeto da mãe. Claro que nada substitui, mas é legal ele ter figuras femininas e carinhosas na vida dele. Ele vai adorar, porque ele te ama muito. - Alexandre comentou, coçando a cabeça num gesto nervoso. - Eu nunca fui muito ligado nos papos da escola, a Karen cuidava disso. Mas sei seu nome desde o primeiro dia de aula porque ele literalmente não falava em outra coisa.
Giovanna riu baixo, cruzando os braços.
- Não consigo dormir pensando em como está a cabecinha dele. Toda vez que o assunto sai em sala de aula meu coração se parte por completo por ver o desconforto dele. Queria.. Não sei. Guardar ele dentro de um potinho e proteger do mundo. É tudo tão injusto.
Alexandre sorriu leve.
- Bom, pelo menos fico feliz que ele tenha pessoas como você que são tão carinhosas com ele. Fico mais aliviado.
Eles se olharam por um momento, sorridentes.
- Bom, tenho que ir trabalhar. Ah, sobre o dia do sorvete.. Ele morre de vergonha, então capaz de não comer nada. Se quiser insistir, ele gosta de sorvete de chocolate com m&m's. Tomara que ele consiga aproveitar com todo mundo apesar de estar meio estranho.
- Pode deixar. Saber do que ele gosta ajuda muito, se eu tiver que insistir é meio caminho andado pra vencer.
Alexandre riu, bobo. Ela era muito gentil.
- Obrigado, mais uma vez.
- Não tem de que.
Ela assistiu enquanto ele saiu pelo corredor e foi até Noá. Agachou em sua altura e deu um par de instruções, que eram provavelmente sobre se comportar e prestar atenção. Apoiou as mãos no rostinho do menino, enchendo-o de beijos e depois o abraçou. Giovanna conseguiu ler um "te amo, filho" antes de ele se levantar.
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