- Oi Dona Helena! Como tá a senhora? Noá tá se comportando? E o Paulo? Bacana, que bom.. Seguinte Dona Helena, to com uma amiga em casa que o Noá simplesmente ama! Tem alguma chance de a gente conseguir falar com ele de vídeo? Ele vai ficar muito feliz de falar com ela.
A senhora falou que ia levar o celular até ele.
- Tá bem, obrigado.
Giovanna e Alexandre estavam no chão da sala. As barcas de comida japonesa estavam espalhadas pela mesa de centro, e eles estavam cercados por almofadas e cobertores. Era assim que Alexandre fazia a noite do filme com o filho, pelo que ele havia dito. Giovanna achou fofo ele replicar isso com ela. Ficou imaginando se ele fazia isso com muita gente, mas logo afastou o pensamento.
"É só o fantasma do Léo te assombrando, você não pode deixar ele ter controle. Não mais.." ela repetia para si mesma tentando se convencer.
Alexandre deixou a câmera no rosto dele, enquanto comia, distraído esperando pelo filho.
- Ele vai surtar quando te ver. Fica vendo.
Giovanna riu baixo, tomando um gole do vinho que Alexandre tinha aberto. A enorme televisão da sala, que mais parecia uma tela de cinema, brilhava com a capa de tudo em todo lugar ao mesmo tempo no Amazon Prime.
- Oi filho. Tudo bem, amor?
- Sim, a vovó fez panqueca de carninha! - Ele comemorou. Gostava muito do prato.
- Que delícia, cara. Tá gostando de ficar com a vovó e o vovô?
- Muitooooo! - Ele deu um gritinho e um pulinho levantando a mão.
- Tenho uma surpresa pra você. Você não acredita quem tá aqui em casa. - Ele fez suspense.
Giovanna suspirou ao ver como ele era atencioso e carinhoso com o filho. Nunca tinha pensado em formar uma família, mas sabia que caso acontecesse, era o sonho dela que o pai de seu filho fosse tão amável quanto Alexandre era com Noá.
- O nome dela começa com a letra "g" - Ele falou logo, garantindo que o menino não lembrasse da mãe e a brincadeira se tornasse uma desgraça.
- G.. De Gio.. PRÔ? A PRÔ TÁ EM CASA? - Ele arregalou os olhos encarando o celular.
Alexandre gargalhou com a reação dele e inclinou o celular pra direita, mostrando Giovanna que agora sorria amarelo para o menino. Ela fez um gesto com a mão, cumprimentando Noá. Logo roubou o celular da mão de Alexandre, mais ansiosa que ele para falar com o menino.
- Meu Deus, prô! Tu tá na minha casa! - O garoto se chocou. O sotaque carregado de carioca era muito fofo.
- Você viu? Eu conheci teu quarto, cara! Muito lindo, aliás. Vi aqueles dinossauros que você sempre me conta.
- Pro VAI AÍ DE NOVO QUANDO EU VOLTAR? Eu quero IR AIIIIIII.
Giovanna gargalhou.
- Hoje eu to aqui com teu pai tendo conversa de adulto, não tá nada legal! - Ela garantiu, para que ele se acalmasse. - Mas quando você voltar eu venho, e a gente brinca muito com seus brinquedos. Pode ser? Combinado?
O menino ficou tagarelando sem parar sobre os amigos do condomínio que queria apresentar pra ela. Que iriam no parquinho, na piscina, e o pai iria fazer um churrasco, ele prometeu.
- Tá bem, amor. Combinado. Fica tranquilo, eu volto. - Ela garantiu, lançando um olhar inseguro para Alexandre, que sorria vendo a interação dos dois.
Desligaram a ligação, e Alexandre ria.
- Ele é, tipo assim.. Apaixonaaaado por você. - Ele comentou, surpreso. - Bom, da pra entender.
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