giovanna é reservada

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Noá estava deitado com a cabeça na barriga dela. Giovanna estava só com um top de malha confortável e uma calça de moletom, já que tudo a incomodava, por mais que a barriga ainda fosse bem pequena. Ela gostava de usar roupas apertadas e coladas, então estava estranhando muito. Passava o tempo todo com camisetas largas de Alexandre, ou de moletom.

Giovanna e o pequeno estavam completamente apagados.
Alexandre levou café da manhã para eles numa bandeja.

- Tá na hora de acordar. - Deu um beijo na bochecha do filho, e um selinho na mulher.

Noá conseguiu abrir os olhos antes dela. A criança pequena dormia tanto quanto uma grávida, então eles sempre se juntavam nos cochilos.

- Nossa, Inã, num me bate não. - Noá resmungou, encarando a barriga dela.

Giovanna acordou sentindo as cambalhotas que o filho dava dentro de seu ventre. O fim do quarto mês, começo do quinto, estava sendo atípico. A sensação era engraçada, a barriga ainda era pequena, ela era muito magra e miúda, e tinha emagrecido ainda mais durante a gravidez. Alexandre tinha que obrigá-la a comer o tempo todo por conta da anemia, mas ela simplesmente se sentia enjoada o tempo todo e não queria comer. Estava passando muito mal, se sentia muito fraca, muito cansada.

- Ele tá chutando. - Ela falou, sonolenta, olhando para Alexandre, ansiosa. Ele tratou de deixar a bandeja em cima da cama, e levou a mão até a barriga dele, onde estava a cabeça do filho. - Consegue sentir?

Alexandre e Noá estavam com a mão na barriga dela ao mesmo tempo. Faziam a mesma carinha de concentrados com as sobrancelhas franzidas, tentando prestar atenção. Giovanna se derreteu por completo. Amava seus dois meninos, muito.

Eles sentiram o chute do bebê ao mesmo tempo, e se entreolharam, igualmente surpresos.

- NOSSA PAPAI ELE CHUTOU MUITO FORTE. - Noá gritou, animado, dando um pulinho. Não tirava a mão da barriga de Giovanna. - É goooool!

Alexandre abaixou um pouco a cabeça e passou o topo da mão pelo olho, disfarçando um pouco e enxugando a lágrima. Mesmo assim, Giovanna notou. Fez carinho no braço dele, confortando. Não sabia que ele iria ficar emotivo assim.

- Filhote, tu pode pedir pra Nádia te ajudar a se arrumar pra natação? - Giovanna pediu, se inclinando com um pouco de dificuldade, beijando a bochechinha do menino. - Hoje o papai que vai te levar, antes de ir pra entrevista que ele vai gravar.

- Ebaaa! Tá bem! Nádia, Nádia! - O menino saiu correndo pelo corredor.

Giovanna se virou para ele.

- Você tá bem? - Ela se preocupo, acariciando os braços dele.

Alexandre riu baixo, sentindo o carinho.

- Só fiquei emocionado.. Só isso. - Secou as outras lágrimas que insistiam em surgir. - Quando foi a vez do Noá eu não consegui acompanhar de perto.. Eu e a Karen não nos dávamos bem, porque foi um acidente. Ela sumiu pra outro Estado, eu fiquei trabalhando.. Nem me lembro do primeiro chute. E é tão bom..

Ele descansou as duas mãos na barriga dela.

- Tão bom passar por tudo isso junto de vocês.. - A voz dele falhou. - Fico ansioso imaginando o rostinho dele. Se vai parecer com você, se vai ter seus olhos.. Se vai parecer com o Noá. - Alexandre deu de ombros. - É diferente quando você tem filho com a pessoa que você ama. Acho que to aprendendo só agora.

Giovanna acariciou o rosto dele com o polegar.

- Te amo. - Disse, num sussurro.

- Também te amo. - Pegou a mão dela, e depositou beijos na palma. - Promete que vai tomar seu café da manhã direitinho?

fix youWhere stories live. Discover now