Algumas semanas se passaram. Alexandre e Giovanna mantinham contato constante, para garantir que o pequeno estava bem. Ele tinha dias e dias, na maioria deles, estava tudo certo. No entanto, quando ele se lembrava da mãe e perguntava por ela, não entendia muito bem o porque de ela não conseguir voltar pra ficar com ele.
Alexandre fez questão de agradecê-la. Um belo dia, Noá tirou da mochila uma caixa de chocolates suíços que Giovanna sabia que eram caros. Abraçou o menino e fez uma festa por ter ganhado presente, ela adorava isso. Mas estava acostumada a ter motivos para ganhar, como em datas comemorativas tipo o dia dos professores.
Ela iria mandar uma mensagem para ele agradecendo.
Como de costume a aula acabou, e ela acompanhou os pequenininhos até a área onde os pais ficavam para buscar. Se despediu de alguns deles e ficou com Noá no colo, sentada no sofá da recepção, abraçando o menino. Eles brincavam com as mãos, fingindo que ele estava numa locomotiva. Giovanna balançava as pernas e os braços, causando um "terremoto" no corpinho do garoto, e ele gargalhava.
Alexandre chegou com dois idosos. Conversou com a recepcionista.
- Hoje eu vou viajar la pra casa da vovó e do vovô. Você quer ir comigo? - Os olhinhos verdes buscaram por ela.
Giovanna riu, fazendo carinho no cabelo suado dele, arrumando.
- Eu não posso ir com você, meu amor.
- Mas tem feriado quinta, tia. Você num trabalha amanhã.. - Ele disse, manhoso.
Giovanna gargalhou, acolhendo ele num abraço. Os olhares dela e de Alexandre se cruzaram por um instante.
- Quem sabe um dia, se a gente se programar direitinho. - Ela mentiu. - Faz assim, você vai lá esse fim de semana e se diverte MUITO porque quando chegar a segunda-feira eu vou querer saber. Combinado?
- Tá bem. - Ele abraçou a professora, e recebeu um beijo no topo da cabeça. - Tchau tia.
Ele correu até o pai, que se agachou para se despedir do menino. Deu vários beijos em Noá, e abraçou o menino. Instruiu dizendo para se comportar na casa dos avós, e logo o casal de velhinhos o levou. Alexandre ficou para trás.
- Achei que você iria levar ele. - Ela comentou, se aproximando e cruzando os braços.
- Não posso. Tenho que trabalhar. Mas com certeza vou buscá-lo..
- Conseguiu liberar pros avós buscarem ele na escola?
- Ah, consegui sim. Obrigado pelas instruções. Você me salva toda vez, é impressionante.
Giovanna riu baixo.
- Bom, já que estamos aqui.. Obrigada pelo chocolate. Você não precisava se incomodar.
- Me incomodar? Pelo amor de Deus, eu poderia passar o resto da minha vida te agradecendo e mesmo assim não seria suficiente, Gio.
Giovanna sentiu seu corpo inteiro se arrepiar com a voz dele chamando ela pelo apelido. Torceu baixinho para que isso não fosse perceptível, já que estava com um vestido de alcinha e provavelmente o arrepio era visível.
- Inclusive, eu estava pensando.. Você já terminou de trabalhar por hoje?
- Eu.. - Ela olhou ao redor. Agora a recepção estava vazia. - Sim.
- Queria te levar pra jantar. Ia te convidar em outro momento, mas você deve estar morrendo de fome depois de cuidar desses pestinhas. - Ele riu baixo, colocando as mãos nos bolsos da calça. - Tá afim? Juro que não te alugo sobre o Noá. - Ele negociou. - A gente pode conversar sobre outras coisas.
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