não somos casados

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- Bora, minha rapazeadinha! - Giovanna batia palmas dentro do quarto dos dois, pedindo que eles acelerassem. - Bora pra escola, vamo!

Inã se jogou no colchão, fingindo de morto.
Noá foi até o guarda-roupa pegar o tênis para calçar. Giovanna não se aguentava de rir.

- Filho, vamos, cara. Teu irmão tá na tua frente ó!

- Ele tá com preguiça, mamãe. - Noá justificou, rindo.

Iná correu até a bola no quarto deles e ficou chutando.

- Gol do flamengo! - Ele comemorava levantando os bracinhos. - Gol do flamengo! Gol!

- Escuta, vem cá. - Giovanna se deitou sobre os joelhos, trazendo o filho para si. - Entendo que você quer brincar, mas como eu tinha te avisado, agora tá na hora da escola, tá bem? Olha, teu irmão já tá até pegando a mochila! Noá também vai. Ele ama a escola! E tu? Também ama?

Inã lançou um olhar pro irmão. Era apaixonado em Noá. Tudo que o maior queria fazer, ele queria fazer igual. Os olhinhos castanhos analisaram o irmão por um tempo, que realmente já estava com o tênis calçado colocando o estojo do homem aranha dentro da mochila.

- Amo a ixcola também. - O sotaque muito forte arrastou pelo ambiente.

- Ótimo. Filho, vai tomar café da manhã enquanto eu arrumo teu irmão? - Giovanna deu um beijo no maior. - Tem panqueca de chocolate te esperando!

- Ebaaaa. - Noá saiu correndo com a mochila em direção à cozinha.

Inã ficou impaciente e ansioso querendo ir com Noá. Giovanna o arrumou pra escola com calma, e logo se juntaram a Noá na mesa.

- Amor, tu quer suco? - Giovanna ofereceu para Noá.

- Oh mamãe, esse é do que?

- Caju. - Ela murmurou, sabendo que ele não era muito chegado.

Noá fez uma careta.

- Eu não! Eu não gosto desse não. Quero água!

Giovanna riu.

- Tu quer? - Ela já foi colocando no copo porque sabia que o menor gostava.

- Num goixto. - Inã fez a mesma cara que o irmão. - Água!

Giovanna riu alto. Ah, a fase de imitar o maior em tudo. Foi buscar água para os meninos e se sentou com eles para o café da manhã.

- Mãe, o papai volta quando, hein? - Noá perguntou, enfiando um pedação de panqueca na boca.

Giovanna sentiu seu coração pequeno ao ser lembrada sobre isso. Alexandre estava em turnê, depois de lançar seu novo cd. Ela sentia saudade, sentia insegurança, ciúme, tudo ao mesmo tempo. Mas tinha que respeitar a arte dele e os sonhos dele. Então, não falava sobre isso praticamente nunca, porque a deixava extremamente desconfortável.

- Só mês que vem, amor. Lembra?

Noá lançou um olhar para o calendário que ficava na geladeira.

- Já sei! Todo dia de manhã a gente faz um x no dia que passou, e daí a gente fica ali contando os dias pro papai voltar! - Sugeriu.

- É uma boa ideia, amor. Por que você não vai lá fazer? - Ela incentivou.

Noá se levantou, e Inã fez o mesmo. Foram até a geladeira, riscar o calendário.

- Tá vendo? Agora só faltam.. 26 dias! - Noá falou para o menor.

- Saudade do papai.. - Inã disse, chateado.

Noá abraçou o menor, dando conforto.

- Relaxa! Ele já volta. E a gente pode sempre ligar pra ele.

fix youWhere stories live. Discover now