Alexandre estava no projac. Tinha cenas para gravar bem cedinho, mas sua cabeça ainda estava na cama dela. Em como ela o acordou de madrugada para mais, em como ambos estavam dormindo nus com os corpos embolados entre si e nos lençóis, em como ela subiu no colo dele, ainda meio sonolento, e como os movimentos dela rebolando com a cintura foram precisos.
Ele nunca mais ia se esquecer da sensação de tê-la.
- Porra, Nero. Tá difícil hoje, ein? Errando tudo, nunca vi! - A parceira de cena reclamou.
Alexandre acordou dos devaneios.
- Foi mal, porra. To meio.. Esquisito hoje. Juro que amanhã volto ao normal. - Prometeu.
Pegou o celular, ansioso por uma mensagem dela. Mas ela ainda não tinha dito nada. Ele tinha avisado que tinha que sair cedinho, mas ela estava meio sonolenta e não pareceu prestar muito atenção, só se virou de bruços, abraçando o travesseiro. Tinha sido realmente muito difícil sair daquela cama naquela manhã, deixando Giovanna nua pra trás.
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- Que que tá acontecendo? - Lombardi foi até ele durante o intervalo.
- Passei a noite com a Giovanna.
- Finalmente?
- Finalmente.
- E aí? Passou a cisma?
Alexandre riu balançando a cabeça negativamente.
- Ih. Vai ter que fazer mais algumas vezes até cansar. Essa foi premiada, ein? Normalmente é uma vez e tchau.
Alexandre cruzou os braços e ficou observando o movimento das pessoas enquanto eles esperavam a cena deles. Provavelmente ia demorar.
- Que tal a gente sair hoje com aquelas duas de sempre lá? - Rodrigo sugeriu. - Do clube.
Alexandre balançou a cabeça negativamente de novo.
- Já te disse que não to conseguindo. Não to com vontade.
- Mas isso era antes, agora já matou a curiosidade.
- Não, cara. - Alexandre passou as mãos pelo rosto, exasperado. - Você não tá entendendo. Eu não conseguia antes, porque tava curioso. Não consigo agora, porque experimentei. Eu só quero ela. Sei lá, to parecendo um viciado, não sei. Isso nunca aconteceu antes.
Lombardi bateu nas costas do amigo.
- Bom, quando esse teu surto acabar você sabe onde me achar. Provavelmente vou estar naquele puteiro que a gente adora..
Alexandre gargalhou, dando um murro no braço do amigo de brincadeira.
- Volta a ser gente logo. Eu não gosto desse Alexandre novo aí. O antigo era melhor. Quando esbarrar nele, avisa que eu quero marcar pra gente tomar uma.
