Eles estavam debaixo dos lençóis. Tinham recém terminado de fazer o que era o terceiro sexo da noite, e Giovanna estava deitada por cima dele. Ambos estavam cansados, ofegantes, suados. Não conseguiam tirar os olhos um do outro, então Alexandre olhava para ela atentamente, enquanto Giovanna delineava seus lábios distraidamente com o dedo indicador.
- Preciso te dizer uma coisa. - Ela murmurou, suspirando.
- O que foi? - Ele deu um beijo nos dedos dela, que estavam ali por perto. Sua voz estava suave, baixa, rouca.
- Sobre o que você falou pro Noá, que sua viagem dependia de como as coisas acontecessem aqui.. - Ela suspirou. - Você sabe que eu sou sua fã número um.
Ele ficou ouvindo atentamente o que ela iria dizer.
- E eu quero te ver feliz, e eu nunca te vi tão feliz como em cima de um palco. E eu jamais me perdoaria se eu fosse responsável por bagunçar com algo que te faz tão bem. Então.. Amanhã você vai fingir que tava meio doente, por isso cancelou o show de hoje. Mas que tá melhor.. Então vai seguir com a programação. E eu te vejo em 22 dias.
Alexandre tocou a bochecha direita dela com o dedo indicador. Ficou fazendo carinho ali.
- Eu não quero ir se for pra estragar tudo com você. - Murmurou. - Já é difícil de tanta saudade de vocês três.
- Não vai estragar nada. Só.. Pelo amor de Deus, nunca mais me esconde nada, Alexandre.
Ele assentiu.
- Na hora que eu fico sabendo das coisas, eu fico cega de tanto ódio. Aí preciso de um tempo pra mim, pra digerir, entender.. Me orientar. - Ela riu leve, timidamente. - Mas tudo bem. Eu aceitei o pacote completo. - Ela deu de ombros. - Vou tentar não me importar mais com essas coisas.
- Você já melhorou muito, amor. - Ele a confortou. - Lembra no começo? Achei que a gente fosse terminar pra sempre na minha primeira novela namorando você.
Giovanna riu baixo.
- Viu? Eu consigo. Eu aprendo rápido. - Ela prometeu.
- Te amo. - Ele sussurrou, roçando o nariz no dela. - Sabia que quando eu fiz a programação dos shows eu fiz de propósito pra fazer todos eles de uma vez e só voltar pra casa quando acabasse?
- Ah é, seu desgraçado? - Ela bateu no braço forte dele, rindo.
- Eu sabia que se eu voltasse pra visitar eu não ia mais querer ir embora. Aí pensei: bom, se eu acabar com tudo de uma vez, volto mais cedo.
- Achei uma estratégia boa. - Ela murmurou, já sonolenta.
- Eu tava certíssimo. Eu simplesmente não quero mais ir embora. Odeio me despedir de vocês.
- Quanto mais rápido você for, mais rápido você volta. - Ela sussurrou.
Alexandre fez carinho no rosto dela.
- Sabia que eu tava certo quando te conheci e falei pro Rodrigo que era você o tal amor da minha vida que eu tava esperando. - Ele sussurrou.
Giovanna observou como os olhos dele brilhavam para ela.
- Obrigado por entender. - Ele suspirou, aliviado.
Os dias voltaram ao comum. Giovanna com os meninos, se desdobrando entre cuidar deles e trabalhar. Era final de semestre, e ela estava exausta. Não dormia direito, não comia direito, estava o tempo todo aérea e muito cansada.
Tentava falar com Alexandre durante o dia, mas os horários não batiam. Ele chegava dos shows muito cansado, e acabava por trocar o dia pela noite, o que era simplesmente impossível para ela de fazer para conseguir falar com ele. Algumas vezes ela tentou ficar acordada, e um dia até colocou um alarme para as 4:30 da manhã para finalmente conversarem. Ela estava meio dormindo no meio da ligação.
