Giovanna e Noá estavam no sofá da sala lendo um livro juntos.
- Era uma vez uma casa sonolenta onde todos viviam dormindo. - Ele lia vagarosamente.
Se distraia com facilidade, mudava de assunto, não conseguia ficar parado quieto. Giovanna o incentivava muito para que ele conseguisse cada vez mais prestar atenção numa só atividade por algum tempo. Qualquer tempo que fosse.
Tinha colocado ele para aprender violão, inglês e também estava natação. Estava ajudando.- Nessa casa tinha uma cama, uma cama aconchegante, numa casa sonolenta, onde todos viviam dormindo.
Ele gargalhou.
- Olha o tamanho da bunda dessa vovó! O cabelo dela é igual o da vó Suelly.
Giovanna riu, fazendo carinho no cabelo dele. Se derretia toda vez que o via chamar sua mãe de avó. Era um combinado deles de que estava tudo bem, porque a própria Suelly havia oferecido. A família toda se derreteu pelo pequeno de Alexandre quando se conheceram, era inevitável.
- Olha só o cachorrinho nanando no chão também! - Ela apontou a figura do livro.
- O menino dormiu sentado. - Ele ria, batendo a mão no próprio rostinho, sem acreditar.
Foi virando as páginas e não se aguentava ao ver todo mundo se empilhando na cama da vovó nas figuras.
- Meu Deus até o gato subiu na cama! O rato! ATÉ A PULGA! - Ele gargalhava.
Giovanna ficou assistindo a risada dele. Igual a do pai. Ficou observando os traços do rosto dele. O formato, os olhos, o narizinho. Por Deus, o nariz era igual de Alexandre. O sorriso, as sobrancelhas.. Tudo.
- Uma pulga acordada, que picou o rato, que assustou o gato, que arranhou o cachorro, que caiu sobre o menino, que deu um susto na avó.. Que quebrou a cama! Numa casa sonolenta onde ninguém estava mais dormindo.
- FINAL FELIZ, que bom que todo mundo acordou. Ufa. - Ele olhou para ela sorridente. - Vou fazer montinho em você e no papai a próxima vez que vocês estiverem dormindo! - Deu um sorriso travesso, planejando.
Giovanna riu puxando ele para um abraço, dando cheirinhos no pescoço dele.
- Se tu fizer camadas em cima de mim, você vai ver só uma coisa! Vou te fazer... Um ataque de cosquinha!
- AH NÃO! - Ele gargalhava.
Alexandre chegou das gravações, e deixou a chave de casa no móvel. Encontrou a namorada e o filho brincando de cócegas, e ela estava evidentemente ganhando.
- ME AJUDA, PAPAI. - O menino esticou a mão para Alexandre evidentemente pedindo ajuda.
- Ajudo! Essa folgada tá achando que tá ganhando de você? Vamos acabar com ela! Bora. - Alexandre jogou Giovanna no sofá e passou a fazer cócegas nela.
Era engraçado porque Giovanna era extremamente sensível e toda vez que eles brincavam assim, ela acabava tendo crise de riso. Alexandre e Noá se juntaram fazendo cócegas nela até que ela sentiu as bochechas doerem de tanto rir.
- Tá bom tá bom, parei! - Ela se rendeu. - Oi, amor.
Ele se inclinou sorridente na direção dela. Beijou seus lábios com calma.
- Oh papai, a gente fez o jantar. Eu ajudei. Você vai gostar! Vamo papar? - O menino convidou eufórico, animado, puxando os dois pela mão.
- Vamos, vamos!
- Deixa eu dormir no meio de novoooo - Ele pediu todo meloso, de pijama, no quarto dos dois. Se enfiou por debaixo do cobertor, fazendo Giovanna gargalhar.