CAPÍTULO 11

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Recebi na Quarta

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Recebi na Quarta. Inácio transferiu o dinheiro e nem precisei olhar na cara dele, na verdade não precisei trocar uma palavra sequer enquanto fazia a comida, arrumava a casa e colocava as roupas dele pra lavar. Pensei em largar toda aquela zona e desistir daquilo, até porque não suportava lidar com a ideia de me tornar empregado de um cara feito ele.

Meu único medo era não ter onde dormir nos dias que o Oscar aparecesse no apartamento da Amália. Zanzar a noite toda não era uma opção legal para mim. Então deveria apenas dizer o mínimo e ter sangue de barata para lidar com ele. Quem diria que a necessidade me levaria a tal situação precária.

Arrastei a lâmina pelo último rastro de barba na bochecha e limpei a espuma na água da pia. Lavei o rosto e sequei ficando cara a cara com a minha cara no espelho.

— Que horas você volta?

Senti o tecido felpudo contra o rosto enquanto vislumbrava os olhos castanhos da Amália com a lateral do corpo apoiado no batente do banheiro. A expressão curiosa e o silêncio com os braços cruzados à espera de uma resposta minha.

— Não sei. — Dei de ombros. — Sabe que nunca deixei de gostar de samba. — Pus a toalha no lugar.

— Vai dormir no Inácio?

Apoiei a lateral da cintura na pia, analisando o seu olhar sobre mim. Amália era alguém que não se continha. Sabe aquelas pessoas que escolhem as palavras certas? Ela não era esse tipo de pessoa. Sempre mais emocional do que racional, falava primeiro e pensava depois e quase sempre não se arrependia do que dizia. Sentia falta daquela coragem nela.

— Se tu não deixar o Inácio entrar quem sabe não durmo contigo?

Suspirou.

— Só tô preocupada. — Soltou os fios lisos do coque. A camada de cabelos negros caiu sobre o tom negro da sua pele, tocando nos lugares onde eu sentia falta de beijar e sentir entre meus dedos. — Você vai sair, vai beber e... — Pressionou os lábios. — quero que volte pra casa. — Ajeitou o elástico preto no pulso.

Voltei a olhar para o seu rosto, sem capacidade para ignorar não só a avalanche de lembranças que existiam de nós dois quanto os sentimentos que para mim continuavam vivos.

— E essa casa é minha também?

— Você mora aqui, não é?

Apoiou as mãos na cintura sem ter outras palavras nos lábios.

Relaxei os braços chegando mais perto dela. A respiração quente soprou contra o meu rosto.

— E aqui? — Toquei a região acima do seu peito esquerdo, sobre o tecido branco da camiseta. — Eu ainda tô aqui?

Senti os dedos trêmulos ao afastar minha mão do seu corpo. Envolvi sua mão entre as minhas. Estavam quentes. Selei a ponta dos seus dedos percebendo uma certa inquietude com o meu gesto. Amália não se esquivou. Beijei as costas da mão, seu pulso, seu braço. Com a outra mão envolvi sua cintura e com o peito perto do meu as batidas pareciam mais altas contra o tecido da sua camiseta.

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