CAPÍTULO 13

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Fiquei com medo do Inácio morrer

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Fiquei com medo do Inácio morrer. Era irracional, mas a minha cabeça ficou feito um rolo compressor sobre qualquer ideia racional que pudesse ter naquela noite. Por isso não consegui dormir. Fiz tudo o que poderia ser feito só pra distrair a mente até a manhã nascer, e me sentir exausto.

A tosse dele desviou meus olhos da paisagem nada atrativa das outras janelas para alén da janela do seu quarto. Inácio se remexeu e tombou a cabeça na direção da luz. Dormindo ele parecia bem mais inofensivo. Dei a volta na cama e afundei os joelhos no colchão. Aquele curativo era uma porcaria, mas pela falta de sangue na superfície dava pra perceber que não foi nada perigoso demais.

Ele ficaria bem.

Estiquei as pernas no lençol com as costas acomodadas na cabeceira da cama. Foi daquele jeito que eu dormi. Só percebi isso quando acordei com a cabeça afundada no travesseiro ao seu lado.

Inácio estava me olhando. Aquelas íris escuras permaneceram fixas no meu rosto mesmo depois de eu ter percebido. Cocei os olhos e estiquei os braços acima da cabeça na tentativa de fazer ele olhar para o outro lado, mas ele não desviou os olhos.

— Que horas tem?

Sua língua passou por entre os lábios enquanto sua mão alcançava a lateral da minha bochecha. Um sopro saiu da sua boca, assim como meu corpo tencionou perante seu olhar nos detalhes do meu rosto. Ele parecia conter a si mesmo, dava pra perceber no olhar duvidoso que demorou para se dissipar e quando fez, trouxe seu rosto e seus lábios para perto dos meus. Inácio me beijou. Senti a aspereza da sua barba contra minha pele e apesar de ceder espaço para sua língua, aquilo me incomodou. Empurrei seu ombro, vendo seus olhos que pareciam guardar em si todos os seus mistérios e segredos.

Aquilo não era zueira. Seus dedos alcançaram minha nuca e os lábios, junto com o aperto forte rente meus ombros, pareciam querer devorar minha boca. Envolvi sua cintura, sem receio de chegar mais perto, de sentir seu corpo por baixo daquelas roupas todas. Na palma da mão tentei sentir toda a desenvoltura do seu corpo, a curva do seu ombro e aqueles fios finos das ondulações do seu cabelo rente a nuca. Agarrei os cachos entre meus dedos, com o corpo relaxando e tencionando perante seus dedos quentes debaixo da minha camisa. O toque causava arrepios. Inácio arfou contra minha boca e mordi seu lábio inferior, sentindo em minha língua, a aspereza dos seus pêlos. Segui a linha do queixo, enquanto a destreza dos seus dedos desabotoava o cós da minha bermuda. O tecido fino roçava entre minhas pernas.

A respiração e as batidas irregulares no peito eram tanto minhas quanto dele. Cada vez mais eu queria ele. Não havia nada mais além de tesão mútuo e por isso, ignorei tudo o que o formava enquanto um ser desprezível para mim. Porra! Inácio era gostoso, o que tornava meus apertos contra sua carne, os beijos e carícias na extensão das suas clavículas, busto, ainda mais deliciosos. Ia derreter debaixo daquela camisa. Afastei o corpo só pra tirar o tecido escuro. Tentei avançar o limite para além do seu short e da regata, mas ele não deixou. Fiquei a mercê dele, como em todas as outras vezes, cedi a sua vontade e deixei que suas mãos me virassem de costas pra ele. Era a sua boca na minha nuca, sua virilha roçando contra minhas nádegas por cima da bermuda e sua mão que seguiu o caminho para dentro do tecido da minha bermuda.

🏳️‍🌈| O Mar que Aqui RetornaWhere stories live. Discover now