CAPÍTULO 11

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Luena estava cheirosa e radiante

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Luena estava cheirosa e radiante. Fazia semanas que a gente não se via e sentir seus braços ao redor de mim só aumentou o calor corporal tão necessário naquela noite fria. Abracei seu corpo grande, sendo acolhido pela imensidão que era tão dela.

— A gente tem que sair pra se divertir mais vezes. — murmurou no meu ouvido. — Parece que falta uma grande parte sua por aqui. — Tocou as laterais do meu tronco.

Me esquivei achando graça daquilo, mas não era um sorriso divertido que parecia estampar seus lábios por trás daquela máscara preta.

Não respondi.

— Essa é a Talita. — Apresentou a garota igualmente acanhada ao seu lado.

Era um pouco mais baixa que ela e o black acima das orelhas deixavam mais visíveis, sobre a luzinhas artificiais de um Largo da Prainha lotada, as pintinhas na altura do seu nariz arrebitado sobre a pele negra clara, além de toda a extensão de piercings nas orelhas.

— Oi! — Apertei sua mão.

— Que bom te conhecer, a Luena não parava de repetir que eu precisava conhecer você.

Fiquei surpreso, mas não consegui acompanhar a sua animação.

Assenti e do meu lado, Gustavo parecia ansioso.

— Esse é o Gustavo. — Apresentei ele e as duas, bem mais amorosas do que eu, cumprimentaram ele, que logo desfez a cara amarrada.

De Terça até aquela noite, não conversamos sobre nada mais além da obra. Na maior parte das vezes que ficamos sozinho naquela casa, eu ficava mais tempo fumando do lado de fora do que dentro, dormindo virado para o outro lado da cama do que perto. Aquilo era muito mais por ele do que por mim. O que tínhamos não era bom, mas nenhum de nós queria abandonar aquele barco em mares revoltos. Ficava tudo vazio demais.

Não demorou dois tempos para ele e a Talita irem atrás de bebidas no bar.

— Ele é bonito. — Acendi o cigarro nos lábios. — E é pedreiro é? — Expeli a fumaça para longe do seu rosto.

— Eu também sou.

— Bonito ou pedreiro? — Estava toda engraçadinha.

— Então você fica assim é? Perto dos outros. — Sua risada era gostosa demais.

Deu de ombros.

— Tu tinha que ver a obra que a gente terminou hoje. — Tirei o celular do bolso e vasculhei a galeria até encontrar as fotos que o Beto tinha colocado nos status.

Empurrei pra ela que ficou toda abismada.

— Quem diria. E eu aqui achando que você não tinha artifícios. — Era zueira dela. — Então você fez isso tudo? — Indicou o aparelho com seus olhos bonitos nos meus.

— Não. — riu alto por cima do samba. — Mas eu ajudei catando os entulhos.

Devolveu o aparelho com aquela expressão divertida no rosto exposto sem a máscara. Eu tragava o cigarro e sua animação ia sumindo.

🏳️‍🌈| O Mar que Aqui RetornaWhere stories live. Discover now